Folha de S.Paulo

Em SC, vendeu São Bento do Sul para os são-bentenses

- PEDRO MACHADO DE BITTENCOUR­T (1942-2017) ANTONIO MAMMI EDITH CHRISPIM GIUSTI - Nesta terça(1º)às19h30,CapeladaPU­C, r. Monte Alegre, 948, Perdizes. MARIO HENRIQUE PAIVA PACIELLONe­sta terça (1º) às 20h, ParóquiaN.Sra.daSaúde,r.Domingosde Morais, 2.387, Vila

Leopoldo Rudnick e Friedrich Buddemeyer exportaram o nome de São Bento do Sul (SC) para o resto do país — nas etiquetas dos produtos das empresas que levam seus sobrenomes se lê o nome do município catarinens­e.

Os destinatár­ios da obra de Pedro Bittencour­t não são tão numerosos quanto os consumidor­es das toalhas de banho da Buddemeyer ou das cadei- ras da Rudnick —na verdade, são cerca de 80.000, o número de habitantes da cidade.

Mas a toalha desfia depois de muito uso; a madeira apodrece se exposta à chuva. Para o são-bentense, o hino da cidade se conserva no tempo: desde criança, ele entoa a composição na escola, todos os dias antes das aulas.

Bittencour­t era um compositor prolífero. São dele os hinos de Pedras Grandes (SC), sua cidade natal, e da edição de 1973 dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Provando que não se restringia a obras maiores, criou também os cânticos de colégios e de clubes de bolão.

Funcionári­o público de carreira, Bittencour­t era um músico autodidata. Da gaita, que aprendeu aos 8 com o pai, passou ao piano e ao órgão. Sabia tocar violão e se arriscava em outros instrument­os de sopro.

Era a autoridade máxima da música são-bentense: criou a primeira orquestra de música polonesa do Brasil e liderou a tradiciona­l Banda Treml, de inspiração germânica.

Pessoalmen­te, sua erudição enganava os desavisado­s. “As pessoas achavam que ele era muito rigoroso, mas bastava se aproximar dele para ver como era amável”, lembra o filho Eduardo.

Morreu no dia 27, após uma doença no pulmão. Deixa mulher, três filhos e dois netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br

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