Folha de S.Paulo

Com Vigor, vendas do grupo somam R$ 10 bi

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as propinas e as doações em caixa dois pagas a quase 2.000 políticos que defendiam interesses das empresas do grupo J&F.

Eles vão explicar a razão de cada um dos repasses.

Já as narrativas preparadas por Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da J&F, são classifica­das como “anexos referencia­is”, pois corroboram pontos da delação de Joesley.

O diretor narrou encontros com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o operador financeiro Lúcio Funaro, preso em Brasília, o empresário Victor Sandri, amigo do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), próximo ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).

Os relatos de Silva seriam entregues nesta semana com o material de Wesley, mas os advogados da empresa resolveram fazer alterações na narrativa do delator.

A defesa agora estuda entregar o depoimento de Silva junto com o restante do material de Joesley e Saud. OUTRO LADO

DE SÃO PAULO

O grupo mexicano Lala anunciou nesta quinta-feira (3) que acertou a compra da Vigor, que pertence à holding J&F (dona da JBS), em um negócio avaliado em R$ 5,7 bilhões.

Com o negócio, o programa de venda de ativos do grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista (maior acionista da Vigor) já supera R$ 10 bilhões.

O objetivo dos Batista é levantar pelo menos R$ 15 bilhões nos próximos meses, para abater parte dos R$ 70 bilhões em dívidas de suas empresas. A Vigor tem cerca de R$ 900 milhões em dívidas.

Anteriorme­nte, eles haviam negociado a Alpargatas por R$ 3,5 bilhões para a Itaúsa, que administra as fortunas das famílias Setubal e Villela, controlado­ras do Itaú Unibanco, e a Cambuhy, veículo de investimen­to da bilionária família Moreira Salles, também acionista do banco.

A JBS também fechou a venda de suas operações de processame­nto de proteína animal na Argentina, no Paraguai e no Uruguai para a concorrent­e brasileira Minerva, por US$ 300 milhões (R$ 1 bilhão).

A Eldorado Celulose, igualmente da J&F, também faz parte da lista de ativos que estão à venda.

Além de reduzir o endividame­nto, a empresa busca dinheiro para arcar com as parcelas da multa de R$ 10,3 bilhões prevista no acordo de leniência fechado com as autoridade­s.

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