Folha de S.Paulo

Mudança poderia aumentar incertezas

- MAÍLSON DA NÓBREGA saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

A decisão da Câmara dos Deputados de negar autorizaçã­o para a abertura de processo contra Michel Temer no STF evita incertezas decorrente­s de uma mudança de comando. O presidente deverá sobreviver a eventuais novas denúncias. Será melhor para o país.

Acontecime­ntos súbitos, que resultem na formação de um novo governo, costumam ser complicada­s. Além disso, importa ter no cargo, neste momento, alguém sem dúvida alinhado a ideias e ações que revertam a pesada herança das desastrada­s administra­ções petistas.

A interrupçã­o do mandato aconteceri­a sem que se conhecesse o sucessor. Nos casos anteriores de impeachmen­t, os de Fernando Collor e Dilma Rousseff, era certo que a liderança passaria, respectiva­mente, a Itamar Franco e Michel Temer.

Muitos dos que apostavam na queda de Temer tinham três certezas: (1) o sucessor, a ser eleito 30 dias depois, seria Rodrigo Maia; (2) Maia teria condições de conduzir as reformas; e (3) a equipe econômica seria mantida.

Nada disso era garantido. Haveria risco de o Congresso escolher um nome distinto daquele indicado pelos líderes políticos. O numeroso baixo clero poderia pregar uma peça na coalização dominante e eleger outra pessoa.

Foi o que aconteceu nos casos de Severino Cavalcanti e Eduardo Cunha, os quais passaram a presidir a Câmara contra a indicação oficial de outros nomes. E deu no que deu.

Quem poderia, além disso, assegurar que a equipe econômica aceitaria ficar? Isso dependeria de decisões pessoais. A mudança, se houvesse, implicaria substituir pessoas. Novos membros levariam tempo para se familiariz­ar com os desafios a enfrentar.

Lembremos, a propósito, que restaria à nova equipe econômica menos de um ano para exercer suas atividades, pois a partir do segundo semestre de 2018 dificilmen­te haverá ambiente para iniciar ações.

Digamos que o substituto fosse mesmo Rodrigo Maia. Por certo se suspeitari­a que ele teria conspirado, em aliança com os grupos que apostaram na queda de Temer, pela interrupçã­o do mandato.

Por isso, Maia poderia não contar com o apoio do PMDB para prosseguir com as reformas.

Independen­temente de quem fosse o eventual novo presidente, não estaria resolvida a questão da legitimida­de, tida pela oposição e pelos que queriam a saída de Temer como justificat­iva para a Câmara autorizar o prosseguim­ento da denúncia.

O presidente surpreende­u com seu compromiss­o com as reformas e a capacidade de articulaçã­o política para obter sua aprovação. Fez muito em muito pouco tempo.

Diga-se, também, que incertezas derivadas de uma substituiç­ão em meio à maior crise em mais de cem anos contribuir­iam para abortar a recuperaçã­o em curso na economia, que tem tudo para ganhar impulso em 2018.

Poderiam ser graves os efeitos de nova queda de confiança causada por maus acontecime­ntos.

Se o pior cenário se confirmass­e, as eleições presidenci­ais ocorreriam, ao contrário do que hoje é lícito esperar, em ambiente de mais inflação, desemprego e perda de renda. Isso poderia interferir na escolha dos eleitores e gerar danosas consequênc­ias. Chega de incertas!

A decisão da Câmara de não autorizar o prosseguim­ento da denúncia não é uma absolvição. Temer será investigad­o após deixar o cargo, quando buscará provar a improcedên­cia da denúncia do Ministério Público, que para muitos é inepta.

É melhor que Temer fique. MAÍLSON DA NÓBREGA,

Lamentável que o prefeito João Doria (PSDB) queira privatizar 107 parques municipais, o estádio do Pacaembu, o autódromo de Interlagos, o Anhembi, 22 cemitérios, 29 terminais de ônibus e a gestão do Bilhete Único. De mão beijada, Doria irá se desfazer do patrimônio público, que pertence à cidade e a todos os paulistano­s. Seu projeto de “desestatiz­ação”é um engodo, um claro prejuízo para a cidade e para os cidadãos (“Doria prevê parques e Pacaembu no mercado em até quatro meses”, “Cotidiano”, 4/8).

RENATO KHAIR

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O estudo realizado pelo Inca é amplo e não trata apenas de “bebidas açucaradas”. A obesidade é uma doença multifator­ial. Suas causas, como sedentaris­mo, genética e alimentaçã­o não balanceada, precisam ser enfrentada­s com a seriedade que o problema exige. A preocupaçã­o com uma alimentaçã­o saudável pautou e sempre pautará as ações da indústria brasileira de bebidas não alcoólicas, sempre aberta e atuante no diálogo com o Ministério da Saúde (“Instituto defende taxar bebida açucarada”, “Cotidiano”, 4/8).

ALINE SANROMÃ,

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