Mudança poderia aumentar incertezas
A decisão da Câmara dos Deputados de negar autorização para a abertura de processo contra Michel Temer no STF evita incertezas decorrentes de uma mudança de comando. O presidente deverá sobreviver a eventuais novas denúncias. Será melhor para o país.
Acontecimentos súbitos, que resultem na formação de um novo governo, costumam ser complicadas. Além disso, importa ter no cargo, neste momento, alguém sem dúvida alinhado a ideias e ações que revertam a pesada herança das desastradas administrações petistas.
A interrupção do mandato aconteceria sem que se conhecesse o sucessor. Nos casos anteriores de impeachment, os de Fernando Collor e Dilma Rousseff, era certo que a liderança passaria, respectivamente, a Itamar Franco e Michel Temer.
Muitos dos que apostavam na queda de Temer tinham três certezas: (1) o sucessor, a ser eleito 30 dias depois, seria Rodrigo Maia; (2) Maia teria condições de conduzir as reformas; e (3) a equipe econômica seria mantida.
Nada disso era garantido. Haveria risco de o Congresso escolher um nome distinto daquele indicado pelos líderes políticos. O numeroso baixo clero poderia pregar uma peça na coalização dominante e eleger outra pessoa.
Foi o que aconteceu nos casos de Severino Cavalcanti e Eduardo Cunha, os quais passaram a presidir a Câmara contra a indicação oficial de outros nomes. E deu no que deu.
Quem poderia, além disso, assegurar que a equipe econômica aceitaria ficar? Isso dependeria de decisões pessoais. A mudança, se houvesse, implicaria substituir pessoas. Novos membros levariam tempo para se familiarizar com os desafios a enfrentar.
Lembremos, a propósito, que restaria à nova equipe econômica menos de um ano para exercer suas atividades, pois a partir do segundo semestre de 2018 dificilmente haverá ambiente para iniciar ações.
Digamos que o substituto fosse mesmo Rodrigo Maia. Por certo se suspeitaria que ele teria conspirado, em aliança com os grupos que apostaram na queda de Temer, pela interrupção do mandato.
Por isso, Maia poderia não contar com o apoio do PMDB para prosseguir com as reformas.
Independentemente de quem fosse o eventual novo presidente, não estaria resolvida a questão da legitimidade, tida pela oposição e pelos que queriam a saída de Temer como justificativa para a Câmara autorizar o prosseguimento da denúncia.
O presidente surpreendeu com seu compromisso com as reformas e a capacidade de articulação política para obter sua aprovação. Fez muito em muito pouco tempo.
Diga-se, também, que incertezas derivadas de uma substituição em meio à maior crise em mais de cem anos contribuiriam para abortar a recuperação em curso na economia, que tem tudo para ganhar impulso em 2018.
Poderiam ser graves os efeitos de nova queda de confiança causada por maus acontecimentos.
Se o pior cenário se confirmasse, as eleições presidenciais ocorreriam, ao contrário do que hoje é lícito esperar, em ambiente de mais inflação, desemprego e perda de renda. Isso poderia interferir na escolha dos eleitores e gerar danosas consequências. Chega de incertas!
A decisão da Câmara de não autorizar o prosseguimento da denúncia não é uma absolvição. Temer será investigado após deixar o cargo, quando buscará provar a improcedência da denúncia do Ministério Público, que para muitos é inepta.
É melhor que Temer fique. MAÍLSON DA NÓBREGA,
Lamentável que o prefeito João Doria (PSDB) queira privatizar 107 parques municipais, o estádio do Pacaembu, o autódromo de Interlagos, o Anhembi, 22 cemitérios, 29 terminais de ônibus e a gestão do Bilhete Único. De mão beijada, Doria irá se desfazer do patrimônio público, que pertence à cidade e a todos os paulistanos. Seu projeto de “desestatização”é um engodo, um claro prejuízo para a cidade e para os cidadãos (“Doria prevê parques e Pacaembu no mercado em até quatro meses”, “Cotidiano”, 4/8).
RENATO KHAIR
LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:
O estudo realizado pelo Inca é amplo e não trata apenas de “bebidas açucaradas”. A obesidade é uma doença multifatorial. Suas causas, como sedentarismo, genética e alimentação não balanceada, precisam ser enfrentadas com a seriedade que o problema exige. A preocupação com uma alimentação saudável pautou e sempre pautará as ações da indústria brasileira de bebidas não alcoólicas, sempre aberta e atuante no diálogo com o Ministério da Saúde (“Instituto defende taxar bebida açucarada”, “Cotidiano”, 4/8).
ALINE SANROMÃ,