Exportação de veículos até julho é recorde
Vendas para o mercado externo são o principal motor de crescimento das montadoras
As exportações voltaram a ser o principal motor de descimento da indústria de veículos no mês passado, com as vendas para América do Sul e México ajudando a minimizar um mercado interno que se recupera em marcha lenta de quatro anos de quedas.
As vendas para o mercado externo cresceram 42,5% em relação a julho do ano passado. Com isso, a produção nacional de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus teve aumento de 17,9%.
Quando são eliminadas as exportações, o crescimento da produção das montadoras brasileiras foi menor: 10,1%.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as vendas externas somam 439,6 mil unidades, um aumento de 55,3% e o melhor resultado histórico para o período.
O mercado estrangeiro, especialmente Argentina, México, Chile, Uruguai e Colômbia, tem sido importante para a indústria nacional, já que a venda de veículos novos no país caiu 5,2% em julho ante junho —na comparação com o mesmo período de 2016, a alta foi de 1,9%. No ano, a venda acumulada subiu 3,4%.
“A gente esperava vendas melhores em julho, que costuma ser um mês forte para o setor, mas o cenário político criou incertezas. Esperamos que agosto seja melhor agora que as importantes decisões políticas já foram tomadas”, disse Antonio Megale, presidente da Anfavea (associação que reúne montadoras).
“Se as vendas não mostrarem um sinal mais positivo em agosto, a gente pode ficar um pouco mais preocupado. Os primeiros dias de agosto estão mostrando até agora bons números de vendas”, acrescentou o executivo.
A Anfavea decidiu manter suas estimativas de crescimento de vendas de 4% neste ano, disse Megale, acrescentando, porém, que no mês que vem a entidade deverá ajustar a estimativa. LANÇAMENTO As encomendas do Renault Kwid, que acaba de chegar às lojas, no período de pré-venda foram quatro vezes maiores que o esperado pela montadora francesa.
“Temos uma demanda reprimida muito forte, por isso há esse boom inicial de vendas, mas é preciso ver qual será o ponto de equilíbrio”, diz o presidente da Renault do Brasil, Luiz Petrucci.
O carro chega em meio à retomada do setor, que começa a reagir após três anos de queda. Os primeiros compradores —que fizeram reservas em junho— começam a receber o carro neste mês. EDUARDO SODRÉ, Folha