Foi amante da natureza e agitadora cultural
Não era difícil Analis se sentir bem em algum lugar. Seu habitat era verde e, só no Paraná, eram muitos os ambientes com os quais se identificava: o parque do Ingá, em Maringá, foi objeto de sua iniciação científica na faculdade; na quase intocada Ilha do Mel, ela viveu por três meses.
Analis não conseguia se fechar em si mesma e estabelecia conexões com todos os locais pelos quais passava. Dentre todos, contudo, um foi mais marcante —o parque do Lago, em Campo Mourão (PR), cidade em que morava.
Em 2013, com o objetivo de revigorá-lo, concorreu a um edital de incentivo à cultura lançado pela Prefeitura. Ganhou e promoveu inúmeros espetáculos musicais, peças de teatro e saraus.
Sua ligação com as artes não se esgotava na sua atuação como agitadora cultural. Atriz amadora, fazia parte do grupo de teatro Zetetikós.
Ruiva daquelas cujos olhos oscilam entre o verde e o azul, Analis se fazia notar. “Ela tinha um sorriso marcante. E estava sempre sorrindo”, lembra o pai, Carlos.
Em abril de 2016, após a temporada da filha na Ilha do Mel, seus pais notaram um tremor involuntário em seu olho esquerdo.
Foi só o terceiro médico que consultaram que acertou o diagnóstico: o tremor era sintoma inicial de um tumor que depois evoluiu para um glioblastoma, um câncer implacável no cérebro.
Já há um projeto de lei para rebatizar a concha acústica do parque do Lago com o seu nome. Analis, a cultura e a natureza continuarão sendo uma só em Campo Mourão.
Morreu no dia 24, aos 23 anos. Deixa os pais e um irmão. coluna.obituario@grupofolha.com.br Neste domingo (6) às 11h, set. R, qd. 392, sep. 127.
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