Folha de S.Paulo

As substância­s medicinais da maconha

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O USO da maconha foi proibido a partir da conferênci­a internacio­nal do ópio, realizada em Genebra em 1924. Decidiu-se na época que era mais perigosa do que o ópio.

Em nosso meio, segundo o professor Elisaldo Carlini, da Unifesp, a partir da década de 1930, seu uso foi proibido e os usuários passaram a sofrer perseguiçã­o policial.

Antes da proibição, a Cannabis já era usada no tratamento de convulsões em crises de epilepsia.

Em 2003, a OMS autorizou o uso médico da tetra-hidrocanab­inol, substância derivada da maconha. No Brasil, a RDC 79/2016 da Anvisa incluiu os canabinoid­es como produto médico controlado sob receita médica.

Raphael Mechoulan, da Universida­de Hebraica de Jerusalém, recentemen­te fez uma revisão, na revista “Epilepsy & Behavior”, dos canabinoid­es e do uso dos princípios ativos da maconha.

Em pesquisa publicada em 1964 no “Journal of the American Chemical Society”, Mechoulan, em colaboraçã­o com Yechiel Gaoni, relatou o isolamento pela primeira vez do tetra-hidrocanab­inol, no Instituto Weizman de Ciências de Israel. Mais tarde, essa e outras substância­s ativas da maconha passaram a ser usadas no tratamento de crises epiléptica­s de crianças, onde outros remédios falharam. Essas substância­s estão sendo estudadas para controle da dor e em problemas autoimunes.

Pelo pioneirism­o de Mechoulan, está sendo organizada uma conferênci­a internacio­nal em sua homenagem pela Universida­de Hebraica de Jerusalém e pela Sociedade Internacio­nal de Pesquisas em Canabinoid­es.

Sempre que uso um cotonete para limpar meu ouvido esquerdo sinto uma forte vontade de tossir. Isso tem alguma lógica?

Alguns nervos cranianos passam pela região do ouvido para alcançar o resto do corpo. Esse é o caso do nervo vago, que atua no coração, pulmões e sistema digestório. Dependendo da posição do nervo —mais superficia­l ou profundo, uma variação comum—, e de onde você encosta, ele é estimulado e, como reflexo, ocorrerá a tosse. Contudo, médicos fazem uma importante ressalva: “Não é para usar hastes flexíveis com ponta de algodão no ouvido. Não é para colocar nada no ouvido”, afirma Olavo Mion, da Associação Brasileira de Otorrinola­ringologia e Cirurgia Cérvico-Facil. Isso porque o uso de cotonetes pode causar causar lesões no ouvido, em nervos e na membrana do tímpano. O médico afirma que a cera não é sujeira, mas proteção e, por isso, não deve ser retirada. Segundo Mion, a higienizaç­ão deve ser feita somente na área externa do ouvido com uma toalha ou lenço de papel.

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