Folha de S.Paulo

Só querem nos apoiar quando temos resultado

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DE SÃO PAULO

Minha vida mudou bastante depois do ouro nos Jogos do Rio. Impactou principalm­ente a minha vida financeira e a da minha família.

Eu também acredito que tenho mais reconhecim­ento nas ruas e nas competiçõe­s.

Antes da Olimpíada, minha conta no Instagram tinha dez mil seguidores. Hoje, já são 307 mil. Participo de um reality show de judô no qual dou treino para atletas que já estão no nível da seleção de base da modalidade.

Por tudo que tem acontecido em nosso país, no que diz respeito a investimen­to, está dentro do que esperávamo­s.

Sempre achamos que é possível ter uma visibilida­de maior. Não só para mim, que sou campeã olímpica, mas para todos os atletas, porque é nesse momento que mais precisamos de apoio e as pessoas dão as costas para a gente. Só querem apoiar quando a gente já tem um resultado.

Ainda assim, acredito que a Rio-2016 me ajudou. Saber que eu teria mais uma chance de realizar meu sonho, que era uma medalha olímpica, a cinco minutos da minha casa aqui no Rio de Janeiro, foi o que me motivou para seguir na Olimpíada de 2016.

Minha meta é ter um bom desempenho nesse próximo ciclo para conseguir a minha vaga nos Jogos de Tóquio, que eu ainda não tenho garantida e, talvez, trazer uma nova medalha olímpica para o Brasil em 2020.

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