Maioria dos usuários de crack larga ação de Doria
Só 1 em cada 5 concluiu 1ª etapa; para prefeitura, programa está ‘em gestação’
A maior parte dos usuários da cracolândia internados pela gestão de João Doria (PSDB) desiste do tratamento contra o crack antes mesmo de completar a etapa inicial de quatro semanas para desintoxicação.
O prefeito anunciou o início do programa Redenção em 21 de maio, quando uma ação policial prendeu traficantes e desobstruiu ruas onde funcionava uma feira de droga a céu aberto na região central de São Paulo.
Desde então, das 734 internações voluntárias (por vontade do usuário) para desintoxicação já concluídas ou interrompidas, só 122 (17%) cumpriram a primeira etapa do programa.
A maior parte das internações (536, ou 73%) foi interrompida a pedido do paciente. O número de desistências pode ser maior: há ainda mais 76 altas em outras categorias, que incluem transferências de pacientes e até fugas das clínicas.
Segundo representante da Associação Brasileira de Psiquiatria, o percentual dos que concluem o período de desintoxicação fica bem abaixo da média da rede particular, em torno de 50%.
Coordenador do Redenção, o psiquiatra Arthur Guerra diz que o usuário não pode “ficar de forma involuntária” e ressalta que o programa ainda está “em gestação”.