Reajuste de servidores pode ser adiado, afirma ministro
Dyogo Oliveira nega que haja decisão sobre mudança na meta
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta segunda (7) que o governo avalia postergar os reajustes concedidos a servidores públicos a partir do próximo ano para ajudar a contornar as restrições do Orçamento.
“Dentro dos cenários que estamos discutindo, há a possibilidade de considerar um adiamento dos reajustes concedidos no próximo ano.”
O ministro afirmou que o governo também estuda a contratação de funcionários públicos por tempo determinado para certas atividades, o que vê como “ótima alternativa não só para o governo federal mas para outros níveis de governo”.
Oliveira voltou a negar que o governo tenha tomado alguma decisão sobre a elevação da meta fiscal para este ano, hoje de um deficit de R$ 139 bilhões, mas, durante longa apresentação feita a empresários em São Paulo, optou por dar ênfase ao teto de gastos e ao ajuste fiscal de longo prazo. O ministro participou de almoço do Grupo Lide.
Diante de dados frustrantes de arrecadação, a equipe econômica avalia antecipar para o dia 15 a revisão da meta, que ficaria perto de R$ 150 bilhões, de acordo com reportagem da Folha publicada no sábado (5). Oliveira, porém, negou que exista data para fechar a questão. “Não posso assegurar valor nem que haverá mudança.”
O ministro reforçou que trabalha para entregar o objetivo estabelecido para 2018 —um deficit do governo central de R$ 129 bilhões—, mas que, para isso, as reformas são necessárias, com prioridade a da Previdência.
Segundo ele, a intenção é aprovar um texto o mais próximo possível daquele já apreciado por comissão especial. “Não vamos adotar na partida a ideia de uma reforma minimalista, vamos persistir na proposta aprovada na comissão”, disse. “O deficit do governo é um deficit previdenciário. Tudo o mais é pequeno diante disso.”
O ministro afirmou ainda que espera um PIB do segundo trimestre mais perto do “neutro” e que, no curto prazo, o crescimento econômico não depende tanto do investimento, já que há capacidade ociosa, mas da retomada da demanda e do consumo.