Na gestão Haddad, a ideia de desativação do aeroporto foi condicionada à criação de terminais que pudessem servir
DE SÃO PAULO
O prefeito João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (7) um plano para desativar a pista de aviação e retirar os hangares (estacionamentos de aeronaves) do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, até 2020, no final de seu mandato.
A intenção —que repete uma ideia que não saiu do papel na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT)— foi exaltada pelo tucano depois de uma cerimônia para oficializar a transformação de parte do terreno do Campo de Marte em parque municipal.
O Ministério dos Transportes, porém, diz não ter recebido pedido formal de Doria sobre a extinção da pista. É a pasta que dará as diretrizes à Infraero, empresa federal responsável pelo terreno.
O Campo de Marte teve em 2016 mais de 84 mil pousos, decolagens e aulas de aviação. Ele não atende voos regulares de companhias aéreas comerciais, mas aviões particulares, jatos executivos e helicópteros, por exemplo. Uma eventual extinção de voos já é alvo de forte resistência de usuários.
Nesta segunda, a Prefeitu- Hoje existe nesse espaço: > Um trecho preservado de Mata Atlântica, cortado por um córrego > Seis campos de futebol cedidos a clubes amadores, que serão mantidos > Um terreno de apoio ao sambódromo ra de São Paulo oficializou um acordo com a União, com a presença do presidente Michel Temer (PMDB), para que 20% do terreno (406 mil m²) de 2,1 km² do Campo de Marte, sem incluir a pista para voos, sejam destinados a um parque.
Parte do terreno também contará com um museu aeroespacial, montado com acervos de outros museus e aviões da Força Aérea Brasileira.
“Após a implantação do parque, teremos a segunda etapa, a ser decidida em tempo e em formato, para a desativação da pista do Campo de Marte, que hoje é mais utilizada para aviação geral e muito pouco pela Aeronáutica”, divulgou João Doria.
“A última etapa envolve os hangares, que também serão objeto de um entendimento amplo com a Infraero e com as empresas que ocupam estes hangares e a preservação da unidade do [helicóptero] Águia, da Polícia Militar, que continuará ali”, completou.
O prefeito disse que a área do aeroporto, quando incorporada, será utilizada para uma ampliação do parque. ALTERNATIVAS como opção para os voos.
Doria disse nesta segunda que já existem várias alternativas ao Campo de Marte.
“Há aeroportos funcionais em operação e novos que serão implantados no entorno da região metropolitana de São Paulo. Mas já há [aeroportos em] Jundiaí, Sorocaba. Não há nenhum problema para acomodação da aviação geral”, afirmou o prefeito.
Representantes de associações de aviação manifestam forte contrariedade ao projeto apresentado pelo prefeito.
Flávio Pires, diretor-geral da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), afirma que tem faltado diálogo.