Casa Branca diz que Trump condena racistas
DE SÃO PAULO
Embora raramente relute em expressar opinião, o presidente Donald Trump frequentemente hesita ao criticar a violência e o discurso inflamado de nacionalistas brancos, neonazistas e ativistas da extrema direita, alguns dos quais são seus partidários.
No episódio de Charlottesville não foi diferente: Trump condenou a violência com palavras que, para críticos de seu próprio partido, foram ambíguas.
Em breve declaração a jornalistas em seu clube de golfe em Bedminster no sábado (12), pediu o fim da violência. Mas foi o único político a atribuir a “muitos lados” a culpa pelo “ódio, preconceito e violência” que resultaram na morte de uma mulher.
“Presidente, precisamos chamar o mal por seu nome”, escreveu o senador republicano Cory Gardner, que dirige o Comitê Senatorial Republicano Nacional. “Foram supremacistas brancos, e o que aconteceu foi terrorismo doméstico”, acrescentou.
Vários de seus colegas, incluindo o presidente da Câmara, Paul Ryan, fizeram a mesma descrição.
Democratas sugeriram que Trump não quer desagradar parte de sua base eleitoral branca que abraça o preconceito —o presidente rejeita a sugestão de que seja racista, lembrando que tem um genro e uma filha judeus.
Para os críticos, porém, Trump falhou ao não citar os participantes da manifestação supremacista nem líderes como David Duke, que comandou a Ku Klux Klan, por sua ideologia. Em vez disso, preferiu dar o mesmo peso ao protesto supremacista e à manifestação antirracista que ocorreram em Charlottesville no discurso exortando o país a se unir.
Em meio à controvérsia, a Casa Branca emitiu um comunicado neste domingo dizendo que o presidente também condena as ações da extrema direita.
“O presidente disse com muita firmeza em seu discurso no sábado que ele condena todas as formas de violência, e é claro que isso inclui supremacistas brancos, KKK, neonazistas e todos os grupos extremistas”, disse o porta-voz da Casa Branca. “Ele clamou por unidade nacional e por unir todos os americanos.”
Trump, porém, passou o domingo silente.