NOTA ALTA
Consumidor com dificuldade para tomar crédito ou parcelar compras pode melhorar pontuação com medidas para diminuir risco de inadimplência
O que piora o score > Empréstimos e dívidas atrasados > Ter elevado comprometimento da renda com dívidas > Estar com o nome sujo > Não fazer parte do cadastro positivo Onde conferir o score: serasaconsumidor.com.br/score
Ao tentar alugar um apartamento no Rio, o representante comercial Alberto Lopes, 56, descobriu ter alto risco de dar calote. Sem dívidas e com nome limpo, tentou entender por que sua nota de crédito era tão baixa —272, em uma escala que vai até 1.000.
“Tenho nome limpo, sem dívida pendente, mas não consigo comprar a prazo por causa da nota. Disseram que não dá para fazer nada, que a pontuação sobe com o tempo”, afirma. “O critério é tão falho que minha filha, que não tem nem uma bicicleta ou renda, tem pontuação três vezes melhor”, critica.
A única mancha no histórico dele foi há 10 anos, quando foi negativado por não pagar uma dívida. Isso, porém, basta para que bancos, lojas e birôs de crédito considerem que ele ofereça mais risco do que outros consumidores.
O score é basicamente um raio-x do consumidor, com informações sobre pagamentos em dia, quanto da renda é comprometida com dívidas se usa o cheque especial ou paga o mínimo do cartão de crédito, por exemplo.
“Quem fica negativado, mesmo que limpe o nome, é considerado de médio risco. Isso impede que seu score [pontuação] melhore. A lógica é que ele pode voltar a ficar negativado”, explica Pablo Nemirovsky, superintendente de serviços ao consumidor da Boa Vista SCPC.
Para calcular a nota, birôs usam variáveis como estado civil, idade e renda presumida, que ajudam a determinar a probabilidade de pagamento, diz a economista Marcela Kawauti, do SPC Brasil. CADASTRO ATUALIZADO Ter score elevado aumenta as chances de se obter crédito e pode reduzir os juros cobrados pelo banco. E melhorar a pontuação, às vezes, demanda pouco esforço.
Até atualizar o cadastro junto a credores e birôs de crédito, por exemplo, ajuda a aumentar a credibilidade.
“Quanto mais atualizada for a informação, melhor dá para prever o comportamento do consumidor. A tendência de inadimplemento é maior entre aqueles que não atualizam o cadastro”, diz Nemirovsky, da Boa Vista SCPC,
Pagar contas em dia é importante, assim como organizar o orçamento para não entrar no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito.
Em relação aos empréstimos, a dica é não ultrapassar o limite de comprometimento de renda considerado saudável, que é em torno de 30%.
Até ter um emprego formal ajuda, pela ideia de previsibilidade de renda.
Por outro lado, ter o nome consultado muitas vezes nos birôs de crédito acende a luz amarela. “A procura por bancos ou financeiras num curto período pode indicar que a pessoa está com algum descontrole e pode vir a ficar inadimplente”, diz Nemirovsky.
E para quem já teve nota baixa, um alerta: elevar o score pode levar tempo. O resultado pode aparecer após um ano, afirma Vander Nagata, da Serasa Experian.
Segundo a Serasa, 54% dos inadimplentes que regularizaram sua situação voltaram a ter o nome sujo no ano seguinte. Hoje o país tem 61 milhões de inadimplentes, segundo o birô de crédito. CADASTRO POSITIVO Oqueé Banco de dados com histórico dos consumidores Quais informações tem? > Data em que o empréstimo foi concedido ou a dívida foi emitida > Valor do crédito ou dívida Vantagem > Juros menores para quem for considerado bom pagador > Identificar consumidores que têm menor chance de não pagar suas contas e conceder juros mais atrativos DICAS PARA AJUDAR A LIMPAR O NOME Renegociação é primeiro passo
Descobrir credor Com consulta a centrais de crédito, descobrir se está com nome sujo e qual credor
Estudar proposta Fazer as contas de quanto pode pagar antes de partir para negociação
Procurar credor Sabendo sua capacidade de pagamento, procure o credor e faça a proposta que cabe no seu bolso
Pagar acordo Se o acordo for para mais de uma parcela, o pagamento da primeira prestação já fará seu nome ficar limpo