Folha de S.Paulo

De de acolhiment­o. Segundo a secretária, 80% das vagas estão ocupadas. O acolhiment­o não é compulsóri­o.

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OPERÁRIO OLÍMPICO Pelo levantamen­to de janeiro deste ano da Prefeitura do Rio, 25% dos moradores de rua nunca estudaram.

A pesquisa revela que só 3% das pessoas nessa situação completara­m o ensino médio, como o pintor Luiz Claudio Marques, 45.

Ele trabalhou até junho do ano passado numa obra olímpica em Deodoro, na zona oeste do Rio. Para provar, fez questão de mostrar sua carteira de trabalho com o salário de R$ 1.236,40 registrado.

Com o dinheiro, pagava um quarto na Vila Vintém, comunidade dominada pelo tráfico. Mas a violência crescente na região o assustou. “Quando perdi o emprego decidi deixar aquela confusão. A rua é bem melhor. Não nasci para ficar ouvindo tiro de fuzil sem saber o que fazer”, contou o pintor, que estudou história por três semestres em uma faculdade particular.

Para conseguir uma renda, ele diz que faz bicos em escritório­s e lojas do centro. Mas a demanda diminuiu muito nos últimos meses. O pintor contou que ganhou apenas R$ 120 na semana passada.

“A minha esperança é voltar a arrumar um emprego fixo e alugar um quartinho num bairro residencia­l”, diz Marques, antes de começar às 23h45 a comer a macarronad­a, sua segunda refeição do dia. Antes, ele tomou uma sopa servida por outro grupo que distribui comida na região. (SÉRGIO RANGEL)

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