Folha de S.Paulo

O time do povo

- JUCA KFOURI COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

PELA QUINTA vez neste Brasileirã­o o São Paulo botou mais de 50 mil torcedores em seu estádio, o único que comporta tanta gente na Pauliceia, para comprovar que com preços razoáveis o torcedor comparece e é capaz de ser solidário com seu time em baixa no campeonato.

O clube que um dia já longínquo era chamado de pó de arroz volta a mostrar sua cara popular —cada vez mais escassa nas arenas de seus rivais da capital paulista porque a lei da oferta e da procura é inclemente e seleciona pelo preço quando a primeira é menor que a segunda.

Presença de torcida não garante bom resultado, mas ajuda um time com jogadores experiente­s que sabem fazer da pressão fator positivo.

E graças ao experiente Hernanes o Tricolor virou um jogo em que foi inferior ao misto do Cruzeiro, porque parece que a sorte mudou ao fazer o rival perder pênalti e o assoprador de apito marcar outro inexistent­e que valeu a vitória de 3 a 2.

Prejudicad­o na derrota para o Bahia na rodada anterior, desta vez a trave, na cobrança da penalidade por Sassá, e o apito devolveram os pontos perdidos em Salvador.

O São Paulo tem de progredir muito e a prova está em como se deixou envolver pelo Cruzeiro sem vários de seus titulares, poupados para encarar o Grêmio na Copa do Brasil.

Sair da zona do descenso, mesmo com jogo a mais que a Chape, é alívio que pode permitir a tranquilid­ade para reagir, ainda mais que o jogo a menos do time catarinens­e será contra o líder e depois de uma estafante excursão mundo afora.

E o torcedor é sábio: ao exigir a presença de Jucilei no segundo tempo mostrou a Dorival Júnior que o time não pode prescindir do meio campista numa hora dessas.

Porque a cabeça e o coração fazem coisas que nem sempre a tática é suficiente para produzir. CHAPE EM XEQUE Bastou uma nota sobre o abandono das vítimas do voo da LaMia, irresponsa­velmente fretado pela Chapecoens­e, para que o clube se mexesse e as chamasse para negociar formas de ampará-las além de medidas meramente paliativas.

Menos mal. OUTRO LADO Usain Bolt sempre foi o protagonis­ta estivesse onde estivesse. Suas vitórias foram tantas que era obrigatóri­o falar dele e delas.

Midiático, simpático, sorridente, extraordin­ário, o que poderia fazer ao se despedir no mesmo estádio Olímpico de Londres, onde brilhou tanto em 2012, como no Rio, quatro anos depois? Ganhar o ouro de novo? Não seria notícia. O bronze, por raro, virou notícia. Mas ainda faltavam 100 metros pela equipe jamaicana.

Nova medalha era improvável, a de ouro ainda mais.

A cara de dor jamais vista no rosto sempre sorridente, a queda, a cambalhota, a retirada mancando e sem falar com ninguém, a cãibra surpreende­nte, foram mais notícia que a espetacula­r vitória dos anfitriões.

Porque onde Bolt estiver o mundo tem de olhar para ele.

Graças ao tamanho do Morumbi, o São Paulo enche estádio com preços populares e obtém alívio

KIRRATA Onde você leu, aqui, que o Profut é a única lei do esporte a exigir contrapart­idas dos clubes, leia, por favor, única lei de financiame­nto ao esporte a exigi-las.

De resto, a sabotagem continua e está perto de se consumar.

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