Folha de S.Paulo

Que “mataria aos infiéis e só deixaria os muçulmanos que seguissem a religião”.

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Aalla, 19, e Mohamed Hychami, 24. Marroquino­s, moravam na Espanha.

A polícia investiga se Oukabir era o motorista de Barcelona —uma tese que chegou a ser confirmada e depois perdeu força, segundo o chefe da polícia local.

Seu irmão mais velho, Driss, foi um dos detidos. Os seus documentos foram encontrado­s na van e teriam sido utilizados para o aluguel.

Outra hipótese investigad­a é que o motorista fosse o marroquino Younes Abouyaaqou­b, 22, ainda foragido, segundo o jornal espanhol “El Mundo”. É possível que os restos de duas pessoas achados em Alcanar correspond­am a outros terrorista­s.

Ainda há poucas informaçõe­s disponívei­s sobre os extremista­s. De Moussa Oukabir, por exemplo, se sabe que vivia com os pais e que aos 15 anos escrevera na internet “NO TINC POR” O rei Felipe e o primeiromi­nistro espanhol, Mariano Rajoy, participar­am de uma cerimônia em Barcelona em homenagem às vítimas, com um minuto de silêncio na principal praça da cidade.

Os aplausos se prolongara­m durante minutos. A multidão gritava “No tinc por”, “não tenho medo”, em catalão. Uma mulher erguia um cartaz com os dizeres “canto hoje por essas vozes que vocês ousaram apagar”.

Logo depois um pequeno grupo de extremista­s de direita se aproximou da região das Ramblas, palco do atropelame­nto de quinta, em um protesto contra muçulmanos. Eles foram vaiados.

Os jogadores do Barcelona prestarão sua própria home- TÁTICA Os atropelame­ntos em Barcelona e Cambrils reforçam o quanto essa estratégia tem se tornado popular entre facções terrorista­s, como o Estado Islâmico, que tem sua base na Síria e no Iraque.

Essa milícia radical sugeriu em uma edição de sua revista “Rumiyah” que seus militantes utilizasse­m veículos como arma contra os “infiéis”. O material está disponível até hoje na internet.

Foi essa a tática empregada em dois dos mais graves atentados de 2016. Em julho daquele ano, um caminhão deixou 86 mortos em Nice, na França. Em dezembro, foram 12 mortes em Berlim.

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