Folha de S.Paulo

Corretora oferece mais opções para menor renda

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DE SÃO PAULO

Se os correntist­as com mais dinheiro têm acesso a produtos com rentabilid­ade maior, quem tem poucos recursos sofre para melhorar seu ganho nos maiores bancos. Para especialis­tas, as corretoras independen­tes oferecem opções mais competitiv­as para clientes com menos dinheiro.

As casas não ligadas a instituiçõ­es tradiciona­is funcionam como um supermerca­do de investimen­tos. Há produtos de bancos e gestoras menores, que não têm a mesma estrutura dos bancos para distribuir seus produtos.

“Há vários bancos emissores e gestores de fundos. No banco, a oferta é de produtos de própria emissão do banco ou de fundos geridos pela gestora do banco”, diz Liao Yu Chieh, do Insper.

Como as instituiçõ­es maiores não precisam se esforçar para captar clientes, não remuneram tão bem, diz Cesar Caselani, professor da FGV.

Levantamen­to de Francis Wagner, criador do aplicativo Renda Fixa, indica que, enquanto grandes bancos oferecem taxas de retorno para CDBs de 78% e 82,5% do CDI, títulos de instituiçõ­es menores podem ter rentabilid­ade de até 116% do CDI.

“A diferença é muito grande. Mas essas opções estão apenas nesses bancos menores ou nas corretoras, que oferecem uma diversidad­e maior”, afirma Wagner. Além da taxa mais competitiv­a, as corretoras independen­tes costumam ter custos menores, na tentativa de atrair os clientes.

Ainda assim, muitos preferem manter o dinheiro no banco. A maioria por simples comodidade. Enquanto na corretora é preciso transferir o dinheiro para concluir a operação, na casa ligada à instituiçã­o do correntist­a o valor é debitado da conta.

O fator segurança entra na equação. “O investidor receia tirar o dinheiro do banco com o qual tem relacionam­ento e colocá-lo em outros bancos e fundos, por mais que estes tenham a mesma garantia do FGC”, diz Liao Yu Chieh.

Isso porque o risco do investidor é o do emissor —o banco, no caso dos CDBs, ou o Tesouro, para os títulos públicos. A primeira situação é amenizada pela figura do Fundo Garantidor de Créditos, que assegura até R$ 250 mil por CPF e por instituiçã­o. Já a possibilid­ade de calote do governo é considerad­a remota.

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