Folha de S.Paulo

Plataforma on-line acelera denúncia de casos de violência contra a mulher

No Piauí, Estado com alta taxa de estupro coletivo, aplicativo tem ainda a opção de botão do pânico

- CLÁUDIA COLLUCCI

Proposta é que vítima, parentes, vizinhos ou mesmo desconheci­dos denunciem em tempo real e de forma anônima

soube, por exemplo, que a região sudeste de Teresina é a líder dos casos de violência contra a mulher na capital (31% dos registros).

Segundo o promotor de Justiça Francisco de Jesus Lima, esse tipo de informação é essencial para a formulação de políticas públicas de amparo à mulher. “Muitas vezes, ela e os filhos dependem do agressor financeira­mente.”

Desde o ano passado, Teresina e a região metropolit­ana também contam com um plantão policial de gênero, para mulheres e homossexua­is vítimas de violência.

“O pior momento é quando a mulher vai à policia e revive tudo durante o depoimento. As vítimas de violência sexual têm que ter um tratamento especial. Além do trauma psicológic­o, precisam receber medicament­os que evitam a gravidez e combatem a possível infecção com doenças sexualment­e transmissí­veis, como a Aids.”

Segundo a delegada, a ideia do serviço surgiu quando um levantamen­to mostrou que a maior parte dos casos de agressões acontecia aos domingos à noite. “Acontece que a Delegacia da Mulher também era fechada aos sábados e domingos à noite. O agressor privilegia­va um horário em que sabia que a polícia não ia atuar. Era um cenário vantajoso para eles.”

O plantão cobre todas as situações de flagrante. “É um lugar para a mulher ser acolhida com dignidade.”

A delegada Eugênia Villa, subsecretá­ria de Segurança Pública do Estado do Piauí

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Karime Xavier/Folhapress

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