Institutos de pesquisa defendem direito a informação
DE BRASÍLIA - No momento em que o Congresso discute impor limites à divulgação de pesquisas eleitorais, representantes de alguns dos principais institutos do setor defenderam o direito à informação.
Mauro Paulino (Datafolha), Márcia Cavallari Nunes (Ibope) e Antônio Lorenzo Martinez (Serpes Pesquisa de Opinião e Mercado) participaram de sessão na Comissão de Transparência do Senado. Também estavam presentes o professor de ciência política Ricardo Wahrendorf Caldas, da Universidade de Brasília, e Luiz Carlos da Rocha, presidente do Conselho Federal de Estatística.
Paulino destacou a importância das pesquisas e defendeu que sejam divulgadas até o último dia da campanha. “Muitas pessoas decidem no último momento. Se houver proibição, a gente não vai ter como mostrar essa informação a quem mais interessa, que é o eleitor”, disse.
Já a representante do Ibope disse que o debate é importante porque existem muitas dúvidas sobre a realização das pesquisas. Mas criticou que, ao mesmo tempo em que as críticas aos institutos são feitas pela influência dos levantamentos, as pessoas acusam os dados de estarem divergentes da realidade. “Ou erra ou influencia. Não dá para fazer as duas”, ponderou Márcia Cavallari.
O relator da reforma política, Vicente Cândido (PT-SP), defende que as pesquisas sejam vedadas na semana anterior à eleição. O prazo que os institutos têm para informar metodologia e contratante também seriam elevados.