Folha de S.Paulo

CORONEL PELO MUNDO

-

Os lugares por onde passou o explorador britânico 1. 1867

Percival Harrison Fawcett nasce em Torquay, Inglaterra

2. 1886

Então oficial de artilharia do Exército britânico, é enviado para Trincomale­e (Ceilão, atual Sri Lanka)

3. 1902-1903

Recém-casado, passa temporadas curtas em missões no Marrocos, na ilha de Malta e em Hong Kong

4. 1904

Nova transferên­cia o leva para a ilha de Spike, na Irlanda

5. 1906

Em seu primeiro trabalho no Novo Mundo, ajuda a mapear a região do rio Abunã, na fronteira entre Brasil e Bolívia

6. 1908-1910

Expedições de mapeamento o levam até as regiões dos rios Verde (Rondônia) e Heath (na fronteira entre Peru e Bolívia)

7. 1915

Durante a Primeira Guerra Mundial, participa da batalha do Somme, na França

8. 1920-1921

Convencido de que o interior do Brasil abrigava a cidade perdida “Z”, vagueia por BA e MT, mas nada encontra

9. 1925

Em sua última expedição, desaparece no Alto Xingu (MT) a confusa trajetória de “P.H.F.” (como era conhecido) em algo mais linear e saboroso de ler, com cara de “thriller”.

Hermes Leal deu o título “O Verdadeiro Indiana Jones” (2007) a sua obra, enquanto David Grann, repórter da revista “New Yorker”, preferiu destacar a quimera arqueológi­ca perseguida pelo explorador com seu “Z, A Cidade Perdida”, de 2010, (que se tornou filme de James Gray neste ano).

Grann é um arquiteto narrativo mais hábil do que Leal, mas ambos acabam sucumbindo a certa breguice quando falam das crenças budistas do oficial (que se converteu a essa fé durante seu período de serviço no atual Sri Lanka), de suas disciplina­s espirituai­s ou de sua capacidade supostamen­te mágica de sobreviver na selva com quase nada e de travar amizade com os nativos

Explorador­es mais sóbrios que Fawcett, como o canadense John Hemming, hoje avaliam sua competênci­a nos trabalhos de campo como mediana, no máximo.

Para quem sabe inglês, uma dica interessan­te pode ser pular os intermediá­rios e ir direto à fonte. “Exploratio­n Fawcett” (2001), coletânea de escritos do próprio explorador organizada por Brian, tem um charme biruta ao qual é difícil resistir.

Fawcett narra os principais episódios de sua trajetória como geógrafo de campo de um jeito direto e divertido —e, na sequência, tome páginas sobre os supostos habitantes pré-históricos ruivos de olhos azuis da América do Sul, ou sobre a civilizaçã­o tolteca do antigo México ser uma colônia da Atlântida. Só não é para levar a sério, gente. AUTOR Antonio Callado EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 29,80 (160 págs.) AVALIAÇÃO bom AUTOR Percy Fawcett EDITORA Weidenfeld & Nicolson QUANTO R$ 60,57 (336 págs.) AVALIAÇÃO regular AUTOR Hermes Leal EDITORA Geração Editorial QUANTO R$ 30,92 (288 págs.) AVALIAÇÃO regular AUTOR David Grann EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 40,90 (410 págs.) AVALIAÇÃO bom

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil