Problema é ter só dois dias para visitar Houston
DO ENVIADO AO TEXAS
Houston, nós temos um problema: há mais coisa para fazer na maior cidade do Texas do que um fim de semana permite. O lugar é um polo científico, lar da Nasa (daí a frase que todo astronauta com problemas profere para a central) e nos últimos anos desenvolveu uma cena cultural e gastronômica comparável às cidades mais cosmopolitas americanas.
A atração mais peculiar do lugar ainda é o centro da agência espacial americana. O ingresso para conhecer o espaço custa cerca de R$ 100 e dá direito a ver ao menos cinco mostras diferentes. Além da memorabilia de missões passadas, como o módulo da Apollo 17 e um Boeing 747 adaptado que carregava naves espaciais para as estações de lançamento, visitantes podem andar por uma projeção da superfície de Marte em 4D. CHURRASCO Depois de um dia sob o sol no centro espacial, pode-se ir a uma churrascaria Rudy’s BBQ, uma das redes prediletas do Texas, que serve costelas e vende um molho secreto idolatrado por locais.
Além da ciência, Houston oferece arte a rodo. O centro da cidade tem uma versão em miniatura do paredão de museus Smithsonian, em Washington: são dez espalhados por poucos quarteirões (quase todos pagos), com uma oferta que vai de arte contemporânea a arte para crianças.
O Health Museum, que tem um coração gigante e um intestino grosso pelo qual se pode esgueirar, foi sede de uma mostra da artista brasileira Angélica Dass, que fotografou pessoas aleatórias em todo mundo para criar uma escala de tons de pele inspirada na escala Pantone. Ali do lado fica o Museu de História Natural, com dinossauros e uma coleção de animais empalhados.
A cisterna do parque Buffalo Bayou, um dos principais da cidade, recebe com frequência obras de arte feitas para sua arquitetura. No primeiro semestre deste ano, a artista venezuelana Magdalena Fernández fez chover dentro do lugar. SEM SOTAQUE O turista só não deve esperar ver caubóis circulando por Houston. As pessoas de lá não têm sotaque de texano pronunciado, como em Dallas —ou na novelona “Dallas”, que fez sucesso na Brasil na década de 1980.
É mais provável ouvir a cadência dos latinos, que compõem um quarto da população local.
A identidade mexicana é comemorada no restaurante mais famoso na cidade, o Xochi, do chef Hugo Ortega, que serve para a elite pratos mexicanos, como o queijo com trio de insetos (grilos, gusanos e formigas). (CF)