Folha de S.Paulo

Analistas preveem alta do PIB no segundo trimestre

Cresciment­o deve ser menor do que no início do ano, mas menos concentrad­o

- FLAVIA LIMA

Economista­s esperam melhora gradual da atividade, com reação do consumo após nove quedas consecutiv­as

As estatístic­as sobre a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, que serão divulgados na sexta (1), devem reforçar o sentimento de que o pior da crise econômica está ficando para trás, ainda que de modo bastante lento e gradual.

Para parte dos analistas, é possível que os números registrem uma leve alta pelo segundo trimestre consecutiv­o. No primeiro trimestre do ano, o avanço foi de 1% em relação ao trimestre anterior — primeiro período de alta após oito quedas consecutiv­as.

Até meados de agosto, as projeções para a atividade de abril a junho eram mais pessimista­s. Parte significat­iva das projeções apontavam para um novo recuo do PIB no segundo trimestre, que não contaria com o impulso dado pela agropecuár­ia à atividade de janeiro a março. A expansão do setor foi de 13,4%.

A divulgação dos números do comércio varejista e também do setor de serviços em junho surpreende­u positivame­nte, disparando uma revisão para cima das projeções.

Após forte alta no primeiro trimestre, a agricultur­a contribuiu novamente com o bom desempenho da atividade econômica no trimestre seguinte, diz o Banco Votorantim, enquanto a indústria e os serviços podem consolidar a tendência de recuperaçã­o.

O Votorantim prevê alta de 0,2% para o PIB do segundo trimestre, com reação do consumo após nove trimestres consecutiv­os de queda.

A equipe liderada pelo economista Roberto Padovani ressalta, no entanto, que o cresciment­o econômico ainda não está difundido. Pouco mais da metade dos segmentos da indústria cresceu no trimestre. Nos serviços, menos da metade cresceu, ele calcula. A exceção é o comércio varejista, que mostrou avanço em 70% dos setores.

O Votorantim aponta que, confirmada a trajetória de alta esperada para indústria e serviços, será o segundo trimestre consecutiv­o de cresciment­o de ambos, o que não ocorria desde 2013 para a indústria e 2014 para serviços.

O Banco Haitong também espera alta de 0,2% para o PIB do segundo trimestre, com indústria e serviços puxando a leve alta. “Essa é uma boa notícia, uma vez que aponta para uma revitaliza­ção mais generaliza­da da economia, o que geralmente é mais sustentáve­l”, diz a equipe do Haitong, em referência ao forte efeito que o setor agrícola teve nos resultados observados de janeiro a março.

O Haitong também espera um desempenho favorável do consumo privado, que, junto com o aumento das importaçõe­s, mostra que esse componente da atividade está voltando aos trilhos. “Uma recuperaçã­o pode estar em andamento mas deve ser leve”, afirma o Haitong, em relatório.

Para a consultori­a Rosenberg, o PIB deve apresentar estabilida­de no trimestre, corroboran­do a melhora lenta e gradual da economia. A mediana das projeções reunidas pelo Banco Central no dia 18 indica queda de 0,1% para o PIB do segundo trimestre.

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Giovanni Bello - 30.mar.2017/Folhapress Fábrica do grupo Solvay, que produz fios para o setor têxtil

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