Folha de S.Paulo

Consultori­a compara Alckmin a Hillary

Doria de fora em 2018 é risco para mercado, afirma norte-americana Eurasia

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Para a Eurasia, consultori­a dos EUA que avalia riscos políticos para investidor­es, o grande obstáculo para a agenda econômica no Brasil é a ausência de um candidato competitiv­o pró-reformas em 2018.

Segundo os analistas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é a Hillary Clinton do Brasil.

A democrata, que perdeu as eleições americanas no ano passado para o republican­o Donald Trump, foi uma candidata identifica­da como parte do establishm­ent (for- mado pela elite política), assim como Alckmin.

Segundo a Eurasia, o sentimento antiestabl­ishment será intenso nas eleições de 2018. O estudo afirma que a candidatur­a de Lula não ameaça o mercado —o que ameaçaria o mercado seria a ausência de uma figura como o prefeito de São Paulo, João Doria, que levanta a bandeira da antipolíti­ca. “O risco não é o Lula concorrer, mas sim que alguém como João Doria não concorra”, diz o texto.

Segundo os analistas, o expresiden­te tem um alto nível de rejeição e provavelme­nte não poderá concorrer, em função de uma eventual condenação na segunda instância.

“Se o PSDB escolher o Alckmin, a analogia mais próxima seria com a eleição presidenci­al nos Estados Unidos, na qual os democratas escolheram a candidata do establishm­ent Hillary Clinton em uma eleição antiestabl­ishment, o que ajudou a criar as condições para que Donald Trump ganhasse a eleição mesmo com alto índice de rejeição”, afirma a análise.

De acordo com a Eurasia, o pior cenário para o mercado é se Alckmin concorrer e Doria, não. “Com o principal candidato reformista visto como parte do establishm­ent, a corrida à Presidênci­a de candidatos como Bolsonaro, Ciro Gomes e até o ex-juiz Joaquim Barbosa deve ser levada mais a sério.”

Já o melhor cenário é se Doria concorrer pelo PSDB e Lula estiver na disputa. “Diminui o potencial de surgimento de novos nomes.”

No meio termo, está o cenário em que Alckmin e Doria concorrem. A consultori­a argumenta que o risco de não haver candidato pró-reformas no segundo turno seria menor.

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