Holding da Sabesp deve gerar ao menos R$ 6 bi, prevê governo
DE SÃO PAULO - O secretário de Governo, Saulo de Castro, disse que o Estado de São Paulo prevê arrecadar pelo menos R$ 6 bilhões com a venda de parte da na holding que irá controlar a Sabesp. Segundo ele, há fundos internacionais de olho —entidades de Canadá e Japão estariam interessadas.
Um projeto do governo Alckmin, em tramitação no Legislativo, prevê a criação de uma sociedade controladora para reorganizar a estrutura societária da Sabesp e atrair novos investidores para o setor de saneamento.
A entrada de recursos pode ajudar a Sabesp a bancar investimentos próprios, sem comprometer seus índices de endividamento com os empréstimos já tomados.
Hoje, São Paulo detém 50,3% da empresa pública. Em 2016, ela teve lucro líquido de R$ 3 bilhões.
A holding poderá atuar em outros mercados, além do tratamento de esgoto e distribuição de água em São Paulo. Segundo Castro, não é novidade: a empresa já mantém contratos em outros Estados —por exemplo, com Alagoas.
Em reunião com deputados estaduais, o secretário do governo Geraldo Alckmin disse que uma das possibilidades em estudo é a de investir na Cedae, a companhia de abastecimento que o governo do Rio se comprometeu a privatizar em troca do direito de tomar empréstimo para pagar a folha salarial.
À reportagem, posteriormente, ele disse que a operação ainda não está nos planos e dependerá do interesse de futuros investidores.
Presente no encontro com os deputados, Jerson Kelman, presidente da Sabesp, afirmou que a prioridade será a continuidade da recuperação do rio Tietê, em andamento desde 1992.
Hoje, a Sabesp sobrevive exclusivamente dos recursos da tarifa de água. Segundo Castro, a capitalização não terá impacto no preço, determinado pela agência reguladora. A Associação dos Profissionais de Agências Reguladoras de São Paulo afirmou, em carta pública, não ter recursos para fiscalizar a atuação da empresa nos moldes da holding.