Folha de S.Paulo

Bienal do Livro do Rio aumenta aposta em programaçã­o

Só entre autores nacionais, são mais de 300 convidados para o evento, que começa nesta quinta e vai até 10/9

- MAURÍCIO MEIRELES

Novo sistema público de transporte e feriado de 7/9 podem ampliar público em até 5%, para 700 mil pessoas FOLHA

Se a economia editorial fosse um jogo de cartas, seria possível dizer que a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que começa nesta quinta-feira (31), no Riocentro, aumentou a aposta na mesa.

Em um ano no qual a crise atinge os eventos culturais pelo Brasil, a Bienal terá 360 horas de programaçã­o, 40% a mais do que na edição anterior, em 2015. A única queda foi no espaço de exposição, 8% menor —o que significa que as editoras investiram menos no tamanho dos estandes.

MARCOS PEREIRA

diretor da Sextante

A expectativ­a, segundo Marcos Pereira, diretor da Sextante e presidente do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), é receber um público 5% maior do que em 2015.

“Quando começamos a organizar a Bienal, a esperança era que a economia estivesse bem melhor. Não aconteceu, mas a nossa indústria está um pouco melhor. Pela primeira vez em dois anos, voltamos a crescer acima da inflação, 2,5% acima”, diz.

A expectativ­a de chegar a um público de 700 mil pessoas é alimentada por dois fatores. Um é o feriado de 7/9. O outro é a infraestru­tura de transporte público construída na região para a Olimpíada — antes o trajeto do centro do Rio até a Bienal poderia durar até três horas de carro.

A principal estrela internacio­nal deste ano é Paula Hawkins, autora do best-seller “A Garota do Trem”, que acaba de publicar “Em Águas Sombrias”, ambos pela Record. Ela fala neste sábado (2), às 15h30.

Na lista de autores estrangeir­os, também há nomes como Karin Salughter, Charles Duhhig, Leisa Rayven e Carl Hart, entre outros.

Pereira conta que, com a perda de posição do Brasil no cenário internacio­nal, foi mais difícil convencer os autores a virem para o país.

“O enfraqueci­mento dessa imagem se reflete nos autores. Há três anos, na Bienal de São Paulo, por exemplo, o Ken Follett fez questão de vir. O Brasil estava bombando, sem dúvida dessa vez foi mais difícil”, afirma.

Há também os autores nacionais que sempre são sucesso na Bienal, caso de youtubers como Kéfera e Rezende Evil, que costumam atrair pequenas multidões.

Participam ainda nomes como Alberto Mussa, Ruy Castro, Ana Paula Maia, Joca Reiners Terron e o procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol, entre outros. Decanos do evento literário, como Maurício de Sousa, Ziraldo e Ana Maria Machado, estarão de novo lá.

O principal reforço da Bienal, aliás, é justamente no time de escritores nacionais, mais de 300. Para efeito de comparação, em 2015 —contando convidados do exterior— eram cerca de 200 nomes.

“vez em dois anos, [as editoras de livros] voltamos a crescer acima da inflação, 2,5%

QUANDO de 31/8 (quinta-feira) a 10/9 (domingo), das 9h às 22h (dias úteis) e das 10h às 22h (fim de semana e feriado) ONDE Riocentro (av. Salvador Allende, 6.555, Barra da Tijuca, Rio) QUANTO R$ 24 (inteira)

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