Maior país da América Central, a Nicarágua tem tudo para seguir o exemplo da vizi-
nha Costa Rica e virar um dos destinos favoritos da região.
Motivos para isso não faltam. Banhado pelo mar do Caribe e pelo oceano Pacífico, o lugar reúne vulcões, floresta, praias e montanhas.
Com solo vulcânico muito fértil, o país é essencialmente agrícola —exporta café, carne e derivados de cana. Mas, da mesma forma que aconteceu com a Costa Rica, o turismo pode virar protagonista da economia. No ano passado, o vizinho famoso recebeu mais de 2,9 milhões de visitantes, contra 1,6 milhão na Nicarágua.
Por reunir hospedagem e passeios bons e baratos, o lugar foi adotado por mochileiros, que podem ser vistos nos principais pontos turísticos, como as praias do Pacífico, a ilha de Ometepe e os 14 vulcões nicaraguenses, espremidos em uma área pouco menor que o Estado do Ceará.
Mesmo sem voos diretos, 4.000 brasileiros visitaram a Nicarágua no ano passado. É preciso fazer escala (em Lima, Bogotá, Cidade do Panamá ou San Salvador) para desembarcar no aeroporto de Manágua, a capital do país.
Chegando lá, o visitante se dá conta de que, apesar de o espanhol ser o idioma principal, algumas áreas do lado caribenho falam inglês e miskito, dialeto de origem africana. E, embora o país tenha moeda própria, o córdoba (R$ 1 equivale a 8,9 córdobas), o dólar americano funciona muito bem em todo canto.
Boa parte da superfície da Nicarágua é coberta por florestas —as áreas de preservação são 17% do total. Mas a natureza não está apenas nas reservas. Vista do alto, Manágua transparece todo esse verde, com árvores frondosas por toda a cidade. PLANO VERDE Nem sempre foi assim. A paisagem começou a mudar em 1972, quando um terremoto matou mais de 10 mil pessoas e mudou para sempre a altura máxima de novos prédios. No lugar de algumas construções, a cidade plantou figueiras e mangueiras.
Embora Manágua cumpra o papel de capital econômica e administrativa, as capitais turísticas do país são outras. León é a cidade de Ruben Darío (1867-1916), um dos poetas hispânicos mais influentes. Sua casa foi transformada num museu que narra suas vivências literárias.
Ainda em León, o Museu de la Revolución vale pelos guias, ex-guerrilheiros que participaram do movimento do líder revolucionário Augusto Sandino (1895-1934). Eles se empolgam contando suas histórias, portanto não dá para ter pressa. Por fim, a catedral da cidade encanta com sua fachada larguíssima.
Batizada em homenagem à cidade espanhola da Andaluzia, Granada guarda os traços bem preservados dos três séculos de colonização espanhola. É uma mistura de Paraty (RJ) com algo de Tiradentes