Delação de Funaro é fruto de perseguição, diz Planalto
Temer decidiu voltar antes da China para preparar defesa de nova denúncia
Governo afirmou em nota que acusações de delator, ainda sigilosas, são inconsistentes e incoerentes
da Justiça, não poderia ele mentir para ter sua pena reduzida? Isso seria, diante de sua ficha corrida, até um crime menor”, completa o texto.
A delação de Funaro está sob sigilo e deve ser homologada nos próximos dias pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Em seus depoimentos, o doleiro afirma que recebeu R$ 400 mil da JBS, do empresário Joesley Batista, para se manter em silêncio, mas ainda não está claro se Funaro atribui a ordem do pagamento a Temer, ou implica o presidente em qualquer outro crime.
Antes de fechar o acordo com os investigadores, Funaro havia dito à Polícia Federal no mês passado que os pagamentos foram feitos para quitar uma dívida antiga com a JBS, visto que intermediou negócios da empresa.
A nota da Presidência critica ainda os termos do acordo de delação dos irmãos Batista, diz que eles mentiram e omitiram dados –Joesley entregou nesta semana novos documentos— e que, mesmo assim, continuam “tendo o perdão eterno no procurador-geral”.
“Prêmio igual ou semelhante será dado a um criminoso ainda mais notório e perigoso como Lúcio Funaro?”, questiona a Presidência. Temer, que nega qualquer ilegalidade, diz, via assessoria, que “se resguarda o direito de não tratar de ficções”. (MARINA DIAS)