Eletrobras drena recursos, afirma ministro
Em carta a congressistas, titular de Minas e Energia tenta reduzir resistência à privatização
Depois de enfrentar resistência de parlamentares, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, enviou carta a líderes partidários no Congresso para tentar conquistar apoio à proposta de privatização da Eletrobras.
No texto, o ministro defende a operação, afirma que a empresa “está drenando recursos públicos” e aponta que os passivos da companhia somam valores que superam os R$ 100 bilhões.
O governo acredita que não precisará do aval do Congresso para autorizar a privatização em si, mas será necessário alterar uma legislação para permitir a chamada descotização da Eletrobras.
A descotização é a possibilidade de negociar a produção de usinas mais antigas por preços de mercado. Elas entraram nesse sistema a par- tira de uma tentativa da expresidente Dilma Rousseff, em 2012, de reduzir as tarifas de energia.
O ministro diz na carta que “não foi possível debater o tema com a antecedência desejada” e argumenta que empenhou esforços para tentar reduzir os prejuízos da companhia ao longo de sua gestão.
“Esse modelo de financiamento de ineficiências está exaurido. Uma empresa que deveria gerar valor para a sociedade está drenando recursos públicos escassos.”
Ele cita, como exemplos, prejuízos superiores a R$ 20 bilhões em investimentos nas usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, outros R$ 20 bilhões em custos de geração de energia em sistemas isolados e R$ 10 bilhões em custos com a paralisação nas obras de Angra 3.