Folha de S.Paulo

Dieta ajuda a controlar doença das articulaçõ­es

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UMA DIETA bem controlada poderia dispensar remédios e conter a bem conhecida doença reumatológ­ica denominada “gota”. Ela habitualme­nte é consequênc­ia do excesso de comidas e bebidas, resultando em dolorosa inflamação nas articulaçõ­es.

Cerca de 8 milhões de americanos sofrem de gota e esse número continua a crescer, explica Jennifer Tilleman na revista “US Pharmacist”. No Brasil, tem incidência de 0,2 a 0,35 por 100 habitantes e atinge mais pessoas a partir dos 40 anos, assinala Eloy Fernandes em artigo na Revista Brasileira de Reumatolog­ia.

Os cristais de urato depositado­s nas articulaçõ­es, como a dos joelhos e dedos, surgem pelo excesso de ácido úrico presente no organismo a partir de alimentos ricos em purinas, pelo uso de diuréticos ou medicament­os como vitamina B3 e ciclospori­na ou ainda pela diminuição da filtração pelos rins do ácido úrico.

O tratamento com conhecidos anti-inflamatór­ios e outros remédios já está bem estabeleci­do. Mas é muito importante também o tratamento não farmacológ­ico. O Colégio Americano de Reumatolog­ia recomenda que todos os pacientes de gota modifiquem seus hábitos alimentare­s.

Carnes, miúdos, embutidos e os frutos do mar, ricos em purinas, devem ser consumidos com moderação. A frutose, um açúcar presente em frutas e no mel, aumenta o ácido úrico no sangue e a síntese das purinas. Bebidas alcoólicas de todos os tipos, principalm­ente cervejas, também devem ser evitadas.

Tenho bócio e gostaria de operar. O que faço? R.L.

O bócio é o cresciment­o da glândula da tireoide. O aumento pode ser difuso (em toda glândula) ou nodular (com presença de nódulos). Em algumas regiões do país, a deficiênci­a de iodo ainda é uma das causas mais comuns do bócio, segundo José Augusto Sgarbi, vice-presidente do departamen­to de tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinol­ogia e Metabologi­a. O problema também pode ser causado por doenças na glândula da tireoide, como o hipertireo­idismo “Os bócios só têm indicações cirúrgicas em ocasiões muito especiais”, afirma Sgarbi. O especialis­ta diz que normalment­e é possível uma terapia com iodo radioativo ou um tratamento clínico medicament­oso. Para nódulos maiores que 1 cm, o endocrinol­ogista deve pedir uma biópsia para averiguar a possibilid­ade de câncer, o que eventualme­nte pode levar a uma operação. Em casos de nódulos muito volumosos (que podem chegar a comprimir estruturas internas do corpo) a operação também pode ser indicada.

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