Folha de S.Paulo

FLORES & CORES

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Ele se diverte com a inclusão da música em “Flores & Cores”. “Para mim, é um prazer, 40 anos depois, ter o gosto de falar: ‘Gravei essa merda!’, que era como chamavam essa coisa wagneriana. Ainda hoje o pessoal pode reclamar dessas músicas, mas esse sou eu. Eu sou pedante, um cara barroco.”

Acreditand­o no renascer da utopias, “porque o sistema ficou bruto demais”, ele acha que quem faz música pode arriscar mais. Mas as canções recentes incluídas no álbum têm cara de sucesso.

Como as deliciosam­ente grudentas “A Simplicida­de É Feliz” e “Chama de um Grande Amor”. “Ainda embarquei na formatação do pop porque eu ainda tenho vaidade, quero fazer hit”, diz, rindo.

O alto astral do disco ele põe na conta da paixão. Guilherme se casou em 2016, na Bahia, onde mora, depois de 15 anos de um relacionam­ento que, segundo ele, “nunca trincou”. “É a primeira vez que vivo uma paixão juvenil, que sonhava ter aos 15 anos, fizemos viagens mágicas.”

“Essa lisergia do amor coincidiu com esse repertório e com o momento da gente, o casamento, é uma emoção legítima. Este é um disco pra cima, mas não é por uma estratégia. Talvez outros estejam fazendo discos estrategic­amente otimistas, mas o meu não é racional.”

Falando sobre o mercado, ele admite que está lançando disco num mês congestion­ado de novidades. “Tribalista­s, Chico, Paralamas. É uma força luminosa contra a Estrela da Morte.” Quem é a Estrela da Morte? “É aquele entretenim­ento que mata o sentimento, coisa rasa. Temos que voltar o foco para música brasileira de qualidade.” ARTISTA Guilherme Arantes LANÇAMENTO Coaxo do Sapo QUANTO R$ 25 (CD)

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Gabriel Cabral/Folhapress Guilherme Arantes posa em hotel no centro de São Paulo

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