Folha de S.Paulo

Nova regra para montadoras segue modelo Inovar-Auto e vai ser implementa­da em fases

- EDUARDO SODRÉ

FOLHA

Em meio à retomada de produção e vendas no setor automotivo, montadoras e governo definem os detalhes do Rota 2030, plano que define o futuro da fabricação de veículos no Brasil e sucederá o programa Inovar-Auto, condenado pela OMC por desrespeit­ar regras internacio­nais de comércio.

Segundo reportagem publicada no “Valor Econômico”, governos e montadoras devem fechar um acordo híbrido entre o que há hoje e o que é considerad­o ideal do ponto de vista técnico.

De acordo com montadoras ouvidas pela Folha ,oRota 2030 deverá seguir o padrão do Inovar-Auto quanto ao anúncio de metas: primeiro haverá um patamar mais baixo a ser atingido, depois uma segunda fase com exigências maiores.

A primeira etapa deverá ser dividida por cilindrada (capacidade volumétric­a do motor), como ocorre hoje, mas com penalidade­s para os menos eficientes.

Por exemplo: um carro com motor 1.0 que apresente dados de consumo e emissões de poluentes ou CO₂ maiores que as médias exigidas pelo Rota 2030 não terá os mesmos benefícios fiscais que um outro veículo também 1.0 que atenda ou supere os requisitos considerad­os ótimos.

Dessa forma, o impacto na arrecadaçã­o poderia ser atenuado, pois motores acima de 1.0 de alta eficiência continuara­m pagando taxas mais elevadas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrial­izados), como ocorre hoje, tendo direito a reduções ou majorações de tarifas de acordo com o nível de consumo e emissões.

Ainda de acordo com empresas ouvidas pela Folha, fases mais avançadas do Rota 2030 deverão ser baseadas puramente pela eficiência energética, calculada em megajoule, independen­temente do tamanho do motor.

Atualmente, as alíquotas de IPI sobre o valor do carro estão em 7% para carros com motor de até 1,0 litro, de 11% e 13% para os acima dessa capacidade volumétric­a até o limite de 2,0 litros e de 18% e 25% para os acima de 2,0 litros. As diferenças ocorrem de acordo com o combustíve­l — carros flex pagam menos.

Ganhos de eficiência na cadeia produtiva também serão considerad­os, como tratamento de resíduos por parte das fábricas e a capacidade de gerar energia limpa para as linhas de produção.

Durante o anúncio de investimen­tos de R$ 2,6 bilhões na fábrica da Volks em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), em agosto, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou que as bases do Rota 2030 seriam divulgadas “em dois ou três meses”. As primeiras informaçõe­s são aguardadas para outubro.

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