Internet por banda larga fixa fica estagnada
Pela primeira vez acesso dos brasileiros à rede aumenta exclusivamente por meio de smartphones, aponta pesquisa
Usuários de dispositivos móveis preferem o wi-fi para economizar em planos de dados e acessam sinal de vizinho FOLHA
Os acessos à internet por meio de banda larga fixa se mantiveram estáveis em 2016 pela primeira vez na história da pesquisa TIC Domicílios. O aumento se deu todo por dispositivos móveis.
No ano passado, 9,3 milhões de residências dispunham de conexões móveis. Em 2012, eram 5 milhões. As conexões por meio de banda larga fixa estão em 23 milhões de domicílios, ou um quarto dos lares brasileiros.
A maior proporção de usuários de internet no celular usa o wi-fi, em detrimento do 3G e 4G, redes que exigem plano de dados no celular. “É uma forma de usar a internet e não gastar tanto dinheiro”, diz Winston Oyadomari, coordenador da pesquisa.
O uso exclusivo do wi-fi chega a 30% dos usuários das classes D/E, versus 9% da classe A. Entre as crianças de 10 a 15 anos, ele chega a 42%.
No país, 14% dos domicílios já têm acesso à internet sem terem computador —ou seja, sua inclusão digital se deu via dispositivos móveis.
Em 18% dos domicílios conectados, a internet chega de “carona” com vizinhos, por meio do wi-fi compartilhado. Isso ocorre principalmente em áreas rurais e no Nordeste, especialmente nos domicílios de classe D e E.
“O telefone móvel celular é um dispositivo relevante para a inclusão digital, mas o uso exclusivo no celular cria algumas limitações, por exemplo, no desenvolvimento de habilidades, como criação de conteúdos, programação e outros usos menos sofisticados”, diz Alexandre Barbosa, coordenador do Cetic.br, que realiza a pesquisa.
Foram ouvidas 23.751 pessoas acima de dez anos em 350 municípios brasileiros.
Ao todo, 54% dos domicílios e 61% dos brasileiros com dez anos ou mais já estão na internet.