Folha de S.Paulo

Pato Fu volta a brincar de tocar, de novo

Após o sucesso de ‘Música de Brinquedo’, grupo mineiro lança novo álbum com hits extraídos de objetos infantis

- THALES DE MENEZES

Repertório mistura canções nacionais e três faixas estrangeir­as, incluindo ‘Livin’ la Vida Loca’, de Rick Martin

Como diz a vocalista do Pato Fu, Fernanda Takai, o disco “Música de Brinquedo”, lançado em 2010, cumpriu um surpreende­nte ciclo de sete anos. Após manter tanto tempo os shows desse projeto, em que se propôs a tocar sucessos de outros artistas usando só brinquedos que simulam instrument­os, a banda mineira renova o repertório com a continuaçã­o do álbum.

“Música de Brinquedo 2” traz mais 11 faixas que, na maioria, resgatam canções manjadas para quem, como os integrante­s do Pato Fu, cresceu nos anos 1980.

“É a década que concentra as maiores influência­s da gente. Antes de ser atraente para as crianças ou se prestar a uma boa execução com os brinquedos, cada música tem que ser importante para nós”, diz Fernanda à Folha.

O repertório novo mistura canções nacionais e três faixas de artistas estrangeir­os: “Livin’ la Vida Loca”, do porto-riquenho Rick Martin, “Datemi un Martello”, da italiana Rita Pavone, e “Every Breath You Take”, do trio inglês The Police.

Quanto a esta última, Fernanda rebate uma possível estranheza que uma música sobre ciúme possa provocar. “É uma canção pop perfeita. E pode ter um outro sentido. Isso que a letra diz, de estar sempre onde a pessoa estiver, de seguir seus passos, também pode se referir ao amor da mãe pelos filhos, esse amor incondicio­nal. Acho ótimo quando as letras podem ter mais de um entendimen­to.”

À formação do trio —com Fernanda, o guitarrist­a John Ulhoa e o baixista Ricardo Koctus— juntam-se o tecladista Richard Neves e o baterista Glauco Mendes.

Mas, para “Música de Brinquedo”, essas atribuiçõe­s não querem dizer nada. Eles se revezam nos brinquedos, que podem ser industrial­izados ou feitos de forma artesanal, todos comprados em lojas de brinquedos.

A cantora admite que, com a experiênci­a de sete anos utilizando esse “arsenal”, a compreensã­o do que eles conseguem fazer aumentou. “Você precisa decifrar alguns deles, que muitas vezes não seguem a escala correta dos sons, as notas não estão onde deveriam estar.”

Algumas das canções têm coros pegajosos, fáceis de cantarolar, como “Palco”, de Gilberto Gil, ou “Rock da Cachorra”, de Eduardo Dusek. São músicas para cima, que fazem a garotada pular. “Severina Xique-Xique”, de Genival Lacerda, tem o apelo de personagen­s com nomes que parecem saídos de uma história infantil, como Pedro Caroço e Zé Fagamela.

Como nos últimos anos, as apresentaç­ões de “Música de Brinquedo 2”, com concepção visual para agradar o público infantil, seguirão uma agenda dividida com o show “titular”, o pop rock cativante do Pato Fu.

Uma regra do projeto é tocar nos shows tudo ao vivo. O quinteto distribui os brinquedos entre os integrante­s e quebra a cabeça para reproduzir no palco o que inventa no estúdio. O público paulistano poderá conferir no Dia da Criança, 12 de outubro, quando começa a turnê do disco no Sesc 24 de Maio. ARTISTA Pato Fu DISTRIBUIÇ­ÃO Deck, já nas plataforma­s digitais

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Dudi Polonis/Divulgação Richard Neves, John Ulhoa, Fernanda Takai, Ricardo Koctus e Glauco Mendes se revezam nos instrument­os de brinquedo

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