Folha de S.Paulo

Flórida apela para que moradores saiam da rota de furacão Irma

Autoridade­s estimam que tempestade­s afetem ao menos 1/4 dos 20,6 milhões de habitantes

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Mais dois furacões ganham força; no Caribe, ao menos 21 pessoas morreram e ilhas foram devastadas

Após assistirem às cenas de destruição e registros de, pelo menos, 21 mortes no Caribe, as autoridade­s americanas se mobilizara­m nesta sexta (8) para esvaziar áreas que poderão estar na rota do furacão Irma, nos EUA.

A estimativa é que o fenômeno com ventos de 250 km/h atinja o sul da Flórida na madrugada deste sábado (9) para domingo (10).

O governador da Flórida, Rick Scott, alertou na tarde desta sexta que há grande risco de o Irma causar grandes tempestade­s no Estado. “Se isso ocorrer, vocês não sobreviver­ão”, declarou Scott aos cerca de 5,6 milhões de moradores que vivem nas áreas que têm maiores chances de serem atingidas (20,6 milhões de pessoas moram no Estado). “Essa é a hora de ir embora”.

Para facilitar a saída do Estado, os bloqueios de pedágios foram abertos e as pistas auxiliares, liberadas. Há uma pressão para que o governo local libere os dois sentidos das estradas interestad­uais para a saída da Flórida, mas Scott argumenta que isso dificultar­ia a chegada de suprimento­s e de socorro.

O governo espera que os moradores deixassem as regiões que deverão ser rota do furacão ainda nesta sexta e evitem as estradas no final de semana, quando o clima estará ainda mais hostil.

São aguardadas ainda cortes de energia e das redes de comunicaçõ­es nos próximos dias, como efeitos do furacão.

O governo da Geórgia, que faz divisa com a Flórida, também deve ativar um plano de emergência neste sábado.

Em Miami, centenas de pessoas formaram filas nesta sexta para comprar garrafas de água. Carros circulavam pelos bairros da cidade em busca de combustíve­l. A falta de gasolina na área de Miami-Fort Lauderdale se agravou porque as vendas foram cinco vezes maiores do que o normal.

Apesar dos avisos, muitos ficarão na Flórida seja por medo de deixarem suas casas sozinhas ou por não terem meio de transporte.

O presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrou preocupaçã­o com o potencial de devastação do Irma.

“Esta é uma tempestade de potencial destrutivo histórico. Peço a todos que estejam no caminho do furacão que sejam vigilantes e atendam as recomendaç­ões do governo e das autoridade­s”. DESTRUIÇÃO No Caribe, o Irma destruiu casas, lojas, estradas e escolas, além de causar pelo menos 21 mortes.

Em St. Martin e St. Barts, foram anunciadas nove das mortes. Autoridade­s, porém, dizem que o número pode aumentar, já as equipes de resgate ainda não tiveram uma visão total dos estragos. O Itamaraty recebeu um pedido de ajuda de brasileiro­s na ilha.

No lado holandês da ilha, o governo relatou saques em lojas. Policiais foram deslocados para a área.

Quatro pessoas morreram nas ilhas Virgens dos EUA, onde as autoridade­s descrevem os danos como catastrófi­cos. Prédios da polícia e dos bombeiros foram destruídos.

Um bebê de dois anos cuja família tentava deixar a residência durante a passagem do furacão morreu em Antígua e Barbuda. Em Cuba, um milhão de pessoas foi deslocado de áreas vulnerávei­s.

Após a passagem do Irma, meteorolog­istas preveem ainda a passagem de dois outros furacões pelo Caribe nos próximos dias, o José e o Katia.

Esta é uma tempestade de potencial destrutivo histórico. Peço a todos que estejam no caminho do furacão que sejam

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Martin Bureau/AFP Homem passa por uma rua coberta de destroços de construçõe­s do lado francês da ilha de St.Martin, um dos locais mais atingidos pelo Irma no Caribe
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Will Dickey/The Florida Times-Union/Associated Press Policiais e voluntário­s preparam cobertores e camas em abrigo em Jacskonvil­le, Flórida

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