Folha de S.Paulo

Dólar cai pelo 7º dia seguido e atinge menor valor em 6 meses

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Moeda recua para R$ 3,095, sob influência externa e do cenário político

DE SÃO PAULO

O dólar caiu nesta sexta (8) pela sétima sessão seguida e atingiu o menor valor em quase seis meses após depoimento do ex-ministro Antonio Palocci turvar a situação política do ex-presidente Lula.

Os investidor­es também ponderaram sinalizaçõ­es de membros do banco central americano de que não haverá nova alta de juros neste ano.

O dólar comercial fechou em baixa de 0,25%, a R$ 3,095, o menor valor desde 21 de março (R$ 3,091). Na semana, a queda foi de 1,68%.

O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 0,39%, para R$ 3,088 —desvaloriz­ação de 1,46% na semana. É o nível mais baixo desde 20 de março, quando a moeda encerrou a R$ 3,078.

No mercado acionário, os investidor­es aproveitar­am para embolsar lucros após a Bolsa ter quase superado seu teto histórico de fechamento na sessão de quarta-feira (6). O Ibovespa recuou 0,45%, para 73.078 pontos. Na semana, subiu 1,6%.

Dois fatores principais contribuír­am para a desvaloriz­ação do dólar. O primeiro veio do exterior, com discurso do presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley. Ele indicou que os juros nos EUA devem subir gradativam­ente por causa da inflação baixa, mas evitou dizer se espera aumento neste ano.

Segundo a Bloomberg, a probabilid­ade de um aumento na reunião do Fed de dezembro é de apenas 25,4%.

Do lado doméstico, os investidor­es respondera­m ao depoimento de Palocci ao juiz Sergio Moro.

O ex-ministro afirmou que o ex-presidente avalizou um “pacto de sangue” no qual a Odebrecht se compromete­u a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT.

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