Folha de S.Paulo

Pseudônimo pornô de Lima Barreto é descoberto no Rio

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Tirem as crianças da sala. O nome que Lima Barreto usou para publicar, em 1912, dois folhetos pornográfi­cos —um pequeno mistério literário— foi descoberto, na última segunda (4), na Biblioteca Nacional.

O autor assinou “O Chamisco ou o Querido das Mulheres” e “Entra, Sinhór!...” como Pelino Língua. Pelino, não custa lembrar, é um personagem do conto “A Nova Califórnia”.

O achado é do pesquisado­r Felipe Rissato, que procurou a historiado­ra Lilia Moritz Schwarcz, biógrafa do autor, com a notícia —e é uma peça de um pequeno mistério literário. É que folhetos se perderam. Sabemos da existência deles graças à biografia de Francisco de Assis Barbosa. Em “Triste Visionário”, Schwarcz publica dois anúncios publicitár­ios da época sobre os textos —mas eles não diziam o nome do autor.

Rissato encontrou outros anúncios, no jornal “O Rio Nu”, e estes sim traziam a assinatura de Pelino Língua. Sob o título de “Leitura alegre”, “O Chamisco” é descrito como “historieta alegre, illustrada com excellente­s gravuras”.

Se alguém souber o paradeiro dos romances picantes, há uma fila de pesquisado­res há muito tempo atrás. Cartas para a coluna.

Mulher-gorila A Lote 42 lança, em novembro, “A Espetacula­r Clínica da Monga Caso Original”, de Tai Cossich, quadrinhos que mostram uma sessão de psicanális­e praticamen­te sem palavras.

Mulher-gorila 2 A autora tem feito, desde 2016, performanc­es vestida como a mulher-gorila em feiras literárias e locais públicos, como o Minhocão. Ela se fantasia, instala um divã em algum lugar e convida o público a dizer o que vem à cabeça.

Mulher-gorila 3 O posfácio é do psicanalis­ta Christian Dunker, que vê nos quadrinhos dela um “cinema mudo “da psicanális­e. “[É um] exercício de discurso sem palavras, como queria Lacan”, diz ele.

Joesley, é você? O livro “2.990 Graus” (Panda Books), de Adilson Xavier, tem uma estratégia de divulgação curiosa. Caixas pretas têm sido enviadas a jornalista­s com cara de denúncia anônima. Um manual, assinado por um suposto delegado, manda ouvir uma gravação em um “pen-drive espião” e ler um bloco de anotações, antes de abrir um envelope com a inscrição “confidenci­al”, onde está o livro.

Ciência A Alfaguara comprou os direitos de quatro títulos do escritor de ficção científica Philip K. Dick e começa a publicação em 2018. Os primeiros a chegar às livrarias são “Um Labirinto de Morte” e, inédito no Brasil, “O Tempo Desconjunt­ado” (os títulos ainda são provisório­s).

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Mauricio.meireles@grupofolha.com.br

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