Longa sobre rivalidade no tênis abre Toronto
Filme resgata disputa entre o americano explosivo John McEnroe e o sueco contido Björn Borg nos anos 1970
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Ator-encrenca, Shia LaBeouf encontrou aquele que talvez seja o papel mais afeito à sua explosiva personalidade: o temperamental tenista americano John McEnroe.
Assim como o esportista, o artista americano de 31 anos também é dado a berros, palavrões e respostas atravessadas a jornalistas. Dirigido pelo dinamarquês Janus Metz, “Borg/McEnroe” abriu a programação do Festival de Toronto, na quinta-feira (7).
O longa enfoca a rivalidade de tintas épicas entre dois tenistas que não poderiam ser mais opostos: de um lado, o sueco Björn Borg, jogador de frieza nórdica que durante os anos 1970 havia acumulado quatro vitórias no Grand Slam de Wimbledon, o mais tradicional do circuito. Do outro, o esquentado e respondão McEnroe, nova-iorquino que rapidamente galgava o pódio.
Conhecido por abandonar entrevistas e por ter desfilado emtapetevermelhousandoum saco na cabeça, LaBeouf foi insistentemente questionado sobre suas semelhanças com o esportista pelos jornalistas. “Esse é só mais um paralelo que vejo com McEnroe. Por isso, esse filme é uma catarse”, disse o ator na entrevista, vestindo uma jaqueta vermelha de mangas bufantes.
Ele também defendeu o tenista, que xingava juízes e torcedores a rodo: “Ele não foi bem interpretado, tudo o que acontecia a ele estava acontecendo muito rápido, só depois é que ele pôde refletir.”
Em “Borg/McEnroe”, a imagem que a história consagrou sobre os dois tenistas é rapidamente desmontada.
Por trás da frieza do sueco metódico, estava um sujeito que aprendeu a domar os arroubos de adolescente para evitar que a emoção atrapalhasse o desempenho —”um vulcão por trás do iceberg”. Já o americano explosivo se prova na trama muito mais tático e focado do que os acessos de raiva transpareciam.
O filme teve uma recepção fria. Para o crítico Peter Bradshaw, do inglês “The Guardian”, não há tensão nem “nada que aconteça fora das quadras que