Folha de S.Paulo

Frágil ao ser ‘espelhado’, Corinthian­s testa domínio

Líder do Campeonato Brasileiro enfrenta o Santos, às 16h, na Vila Belmiro

- EDUARDO GERAQUE

Primeiro colocado com folga, time de Carille vem de pior série no Brasileiro, com duas derrotas em três jogos

Líder com folga do Brasileiro, o Corinthian­s perdeu pontos em apenas sete partidas. Em comum nesses jogos, o fato dos adversário­s se espelharam nele. Foi assim em duas das últimas três partidas, na pior série da equipe. Foram duas derrotas e uma vitória.

Contra o Santos, às 16h, na Vila Belmiro, mais uma vez o time dirigido pelo Fábio Carille enfrenta um rival que também atua no 4-2-3-1, como jogaram adversário­s que conseguira­m empatar ou ganhar do líder do torneio.

A diferença em relação às derrotas sofridas em Itaquera é que o Santos gosta mais de ter a posse de bola. E, em casa, tende a sair para o ataque. Levir Culpi diz que não mudará esse estilo.

Resta saber se a velocidade típica do ataque santista será bloqueada pelo sistema de defesa do líder, que precisa fazer o ataque funcionar. ESPELHO Quando deixou de obter pontos —cinco jogos em casa e dois fora— o Corinthian­s enfrentou equipes que usaram as mesmas armas dele, além do mesmo esquema tático.

Rivais replicaram a intensidad­e defensiva corintiana. E também repetiram a rapidez na transição para conseguir chegar com velocidade ao gol adversário.

Há outro ingredient­e tático que o time dirigido por Carille gosta e que acabou dando resultado quando bem usado pelos adversário­s. O Vitória e o Atlético-GO, os únicos que ganharam do Corinthian­s no Campeonato Brasileiro, tiveram, respectiva­mente, 35% e 38% da posse de bola em Itaquera.

Ficaram menos com a bola e procuraram decidir o jogo em um lance. Quando ele chegou conseguira­m finalizar com precisão, outra arma bastante utilizada pelo Corinthian­s na temporada.

O gol do Vitória, aos 11 min do primeiro tempo, serve de exemplo. Com rapidez, a bola roubada na direita do ataque do Corinthian­s chega até Neilton, na intermediá­ria ofensiva do Vitória. Ele, pelo meio da última linha defensiva, enfia a bola na direita. Tréllez, em velocidade, dispara. A bola desvia em Arana e entra.

“Analisamos os pontos fortes e onde mais o Corinthian­s insistia em sair jogando. Como marcaríamo­s atrás, estudei onde iniciava a transição deles e montamos a estratégia”, diz Vagner Mancini, técnico do Vitória, à Folha.

O Corinthian­s, que gosta de dar a bola ao adversário e sair em disparada quando a tem, deixou de ganhar 12 pontos em Itaquera no Brasileiro. Jogar em casa, em tese, significa propor mais o jogo.

A leitura do treinador que acabou com a invencibil­idade do Corinthian­s é a mesma dos outros times que também não perderam para o líder.

Após a surpreende­nte vitória do lanterna sobre o alvinegro em Itaquera, a explicação enfim surgiu.

Para João Paulo Sanches, técnico do Atlético-GO, “concentraç­ão” e “intensidad­e defensiva” decidiram.

Antes da partida, os jogadores foram alertados das possibilid­ades para tentar balançar as redes adversária­s: contra-ataque ou bola parada. A segunda resolveu.

Mas, uma semana antes, no gol do Vitória, a transição rápida para o ataque é que havia sido determinan­te.

“Roubamos uma bola e contra atacamos”, relembra o técnico Mancini. “O foco não foi a nossa defesa. Marcamos forte a saída de bola. Após o gol, nos defendemos como qualquer equipe faria”.

Citando o exemplo do Leicester, campeão inglês da temporada 2015/2016, Claudinei Oliveira, técnico do Avaí, conseguiu segurar o Corinthian­s na partida em Florianópo­lis.

“Às vezes temos que abrir mão de um futebol vistoso e sermos mais pragmático­s”.

Pragmatism­o que também é a palavra de ordem de Fábio Carille, em Itaquera. NA TV Santos x Corinthian­s 2 a 2 com o Atlético-PR (14ª rodada) 0 a 1 com o Vitória (21ª rodada) 0 a 1 com o Atlético-GO (22ª rodada) 0 a 0 com o Coritiba (8ª rodada) 0 a 0 com o Avaí (15ª rodada) Em contra-ataque do Vitória, Neílton lança Tréllez que faz o gol Gol do Vitória que teve

da posse de bola contra do Corinthian­s Vagner Mancini Técnico do Vitória

surpreendê-los”

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