‹ Defesa diz que inquérito tem ‘inverdades’
DE BRASÍLIA
Em menos de 24 horas, o presidente Michel Temer foi citado pela Polícia Federal como membro de uma suposta organização criminosa e também se tornou alvo de novo inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Para reagir às acusações, o Palácio do Planalto antecipou o discurso de defesa contra nova denúncia que deve ser apresentada, desta vez por obstrução judicial e organização criminosa, pelo Ministério Público Federal.
Na segunda-feira (11), a Polícia Federal entregou ao Supremo um relatório no qual conclui que Temer tinha poder de comando sobre uma suposta quadrilha de deputados do PMDB na Câmara.
O relatório deve embasar a provável nova denúncia que deve ser apresentada pelo MPF contra Temer.
Nesta terça (12), o ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou investigação para apurar se ele e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) participaram de esquema para beneficiar a Rodrimar, empresa que atua no porto de Santos (SP).
Pouco antes desse novo revés, Temer conversou com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) e concluiu que seria necessário fazer um discurso enfático para demonstrar indignação e municiar a base aliada a defendê-lo.
Por sua orientação, o Planalto divulgou nota pública em que criticou “facínoras” que “roubam do país a verdade” e chamou de “bandidos” aqueles que constroem versões “por ouvir dizer”.
Sem citar nomes, se referiu ao corretor de valores Lúcio Funaro, segundo o qual o peemedebista autorizou caixa dois para a campanha de Gabriel Chalita, do PMDB, à prefeitura de São Paulo em 2012.
“Facínoras roubam do país a verdade. Bandidos constroem versões por ouvir dizer a lhes assegurar a impunidade ou alcançar um perdão, mesmo que parcial, por seus inúmeros crimes. Reputações são destroçadas em conversas embebidas em ações clandestinas”, afirmou.
A decisão de Luís Roberto Barroso atende a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que vê indícios de que Temer e Loures cometeram crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Entre os grampos, há conversas de Rodrigo Rocha Loures com representantes do governo e do setor O QUE DIZEM A defesa de Temer afirma que as acusações estão “contaminadas por inverdades” e por “distorções” OS PRÓXIMOS PASSOS O ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou a abertura do inquérito para investigar o presidente Agora, investigadores passam a coletar provas e ouvir testemunhas Ao fim da investigação, o MPF decide se oferece denúncia Se houver denúncia e Temer ainda for presidente, será necessário que a Câmara autorize a abertura de ação penal
DE BRASÍLIA
Em petição enviada na noite desta terça-feira (12) ao STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa do presidente Michel Temer contestou inquérito que o investiga por supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na edição do decreto sobre portos.
Para o advogado Antônio Cláudio Mariz, as acusações contra Temer estão “contaminadas por inverdades” e por “distorções maliciosas da realidade”. Segundo ele, a Rodrimar não foi beneficiada pela iniciativa.
Em nota, a empresa disse que recebeu serenamente a abertura do inquérito e que “nunca recebeu qualquer privilégio do poder público”. “O decreto atendeu a uma reivindicação de todo o setor de terminais portuários do país.