Folha de S.Paulo

Queda na venda de combustíve­l breca cresciment­o do varejo

Após três altas seguidas, setor fica estável em julho, afirma IBGE

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Com queda nas vendas de combustíve­is, o comércio no Brasil interrompe­u em julho uma sequência de três altas mensais seguidas. Segundo o IBGE, o desempenho do comércio ficou estável no mês, em comparação com junho.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a venda teve alta de 3,1%, o melhor resultado nessa base de comparação desde maio de 2014, quando subiu 4,6%.

A economista do IBGE Isabella Nunes disse, porém, que o recuo da inflação, o saque do FGTS e a recomposiç­ão do mercado de trabalho permanecem sustentand­o vendas de supermerca­dos e produtos não duráveis, como têxteis.

“Há uma demanda reprimida e as pessoas estão voltando a comprar produtos que deixaram de lado durante o período mais grave da crise”, comentou ela.

O setor de supermerca­dos, hipermerca­dos, produtos alimentíci­os, bebidas e fumo teve alta de 0,7% na comparação com junho. Já o segmento de tecidos, vestuário e calçados subiu 0,3%.

Além dos combustíve­is, que caíram 1,6%, também registrara­m queda as vendas de artigos farmacêuti­cos, médicos, ortopédico­s, de perfumaria e cosméticos (-0,4%); e de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,2%).

“A redução nas vendas de combustíve­is tem a ver com o menor nível de atividade econômica, que reduz a demanda, e com a renda ainda comprometi­da. Muita gente está buscando transporte público e deixando mais o carro em casa”, disse Nunes.

Segundo ela, a estabilida­de nas vendas gerais é normal depois de três meses consecutiv­os de alta. Neste período, as vendas do comércio acumularam alta de 2,2%.

O varejo ampliado (inclui veículos e material de construção) avançou 0,2% em relação a junho, com destaque para a alta de 0,9% na venda de material de construção.

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