Associação repudia gás contra repórter em protesto no RS
A cúpula do PMDB formalizou nesta quarta-feira (13) o afastamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima do partido por 60 dias. Ele está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, desde a semana passada.
Geddel pediu licença de suas funções como primeirosecretário da direção nacional da sigla. O ex-ministro já estava afastado da presidência do PMDB na Bahia desde julho.
A licença de Geddel foi costurada com dirigentes do partido, em uma tentativa de isolar a crise aberta pela prisão do ex-ministro e amenizar a contaminação do presidente Michel Temer pelo episódio.
O episódio também abriu caminho para o afastamento de outros integrantes do PMDB, como a senadora Katia Abreu (TO), que foi suspensa nesta quarta por 60 dias das atividades partidárias por fazer declarações públicas contra a cúpula do partido.
A senadora, que respondia a um processo de suspensão, poderá ainda sofrer outras punições futuras.
“Neste exato momento a preocupação do PMDB deveria ser provar que não é uma organização criminosa (quadrilhão). Eu estou longe de ser um problema para o PMDB. Sigo minha vida”, disse Kátia à Folha.
Geddel foi preso na sextafeira (8), depois que a Polícia Federal encontrou em Salvador um “bunker” em que estavam guardados R$ 51 milhões em dinheiro, atribuídos ao peemedebista. PMDB DA CÂMARA Em relatório, a Polícia Federal afirma que parte desse valor tem relação com um esquema de corrupção que beneficiou o grupo do PMDB da Câmara --em que são investigados Temer, ministros e exdeputados.
O ex-ministro é acusado de ter recebido R$ 20 milhões de propina em troca de aprovação de empréstimos na Caixa Econômica Federal ou de liberação de créditos do FIFGTS para beneficiar empresas.
Desde que o dinheiro atribuído a Geddel foi encontrado, os principais integrantes do PMDB evitaram defendêlo e afirmam que ele deve responder sozinho às acusações de que é alvo.
O presidente peemedebista, senador Romero Jucá (RR), afirmou na semana passada que cada filiado envolvido em denúncias tem de se explicar individualmente.
“A questão de qualquer denúncia sobre qualquer filiado deve ser explicada pelo filiado. Não conheço a situação do ex-ministro Geddel. Acho que quem tem que explicar é a Polícia Federal e, eventualmente, se ele tiver algum tipo de relação, ele também deve explicar”, afirmou Jucá.
Eliseu Padilha seguiu a mesma linha naquela ocasião. “Nós temos questões que são pessoais, e que não cabe ao partido responder. Penso que cada um responde pelos seus atos.” DE SÃO PAULO - A Associação Nacional de Jornais (ANJ) emitiu nota repudiando agressão sofrida pela repórter fotográfica Isadora Neumann na terça (12) em Porto Alegre.
Neumann, que trabalha para o jornal “Zero Hora”, registrava protesto contra o fim da exposição “Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira” quando recebeu jato de spray de pimenta usado pela Brigada Militar (BM) para conter manifestantes.
A ANJ pediu no comunicado que as autoridades apurem os fatos e punam os agressores. “É preciso que os agentes de Estado estejam preparados para atuar em situações como essas de protesto popular, sem agredir profissionais da imprensa”, diz o texto.
Segundo o comandante do 9º Batalhão da Brigada Militar, Eduardo Amorim, o spray foi usando ao apartar uma briga entre manifestantes; parte deles, disse o comandante, atirou pedras nos policiais. “Durante a confusão não é possível ver quem é quem”, disse.
Também em texto, o “Zero Hora” disse que espera que “tais fatos relativos à atuação da imprensa em situações do gênero não voltem a ocorrer”.
A mostra “Queermuseu” estava em cartaz no espaço Santander Cultural e foi encerrada pelo banco após grupos conservadores se manifestarem, a partir de quarta (6), nas redes sociais contra o teor sexual das obras, de artistas como Adriana Varejão e Leonilson.