São Paulo sem ilegalidade
O contrabando não traz só prejuízos financeiros à cidade. É uma das principais formas de financiamento de organizações criminosas
A cidade de São Paulo passa por uma transformação no combate ao crime organizado. Desde janeiro, implementamos ações para coibir o avanço no comércio ilegal registrado em anos recentes.
Em 2016, os prejuízos ao município causados pelo contrabando de produtos como cigarro, vestuário, combustíveis, cosméticos e medicamentos chegaram a R$ 9 bilhões, segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Dinheiro que poderia ser revertido à população na forma de mais saúde, educação, segurança.
Essas atividades, que até o ano passado aconteciam livremente por toda a cidade, passaram a ser combatidas duramente na atual gestão, o que culminou com o fechamento do Shopping 25 de Março e da Galeria Florêncio na última segundafeira (11), em ação conjunta da Prefeitura com a Receita Federal.
Nesse espaço emblemático do comércio ilegal devem ser recolhidas cerca de 800 toneladas de mercadorias, no valor de R$ 300 milhões.
O combate ao comércio de mercadorias contrabandeadas e pirateadas tem de passar pelo alinhamento de forças dos governos federal, estaduais e municipais.
É fundamental, porém, lembrar que este problema tem um poderoso componente econômico: a enor- me disparidade tributária entre o Brasil e países vizinhos, em especial o Paraguai, responsável por grande parte dos produtos que entram ilegalmente no país.
O comércio ilegal de cigarros, líder do contrabando na cidade, é exemplo do impacto negativo para a sociedade. Recentemente, em outra ação conjunta com a Receita, foram apreendidos 100 mil maços contrabandeados na região do Brás.
Os fabricantes legalmente estabelecidos no país, que pagam até 80% de impostos, convivem com a concorrência desleal de empresas paraguaias, tributadas em ínfimos 16%. Isso fez com que o contrabando saltasse de 20%, no início da década, para 45% em 2016. Dados do setor de panificação mostram que, caso a venda de cigarros contrabandeados fosse eliminada, cerca de 40 mil postos de trabalho seriam criados nas padarias da cidade.
Mas o contrabando não traz somente prejuízos financeiros para a cidade. A atividade é uma das principais formas de financiamento de organizações criminosas, que dominam a comercialização em todo o país, e também serve para mascarar outras modalidades de crime, já que muitas vezes os produtos contrabandeados entram no Brasil juntamente com armas e drogas.
Nesta sexta-feira (15), está sendo lançado na capital o Movimento Legalidade, que promoverá a união de forças entre a FNP (Frente Nacional dos Prefeitos), a Prefeitura de São Paulo, a sociedade civil e o setor empresarial para combater o mercado ilegal e o descaminho de forma efetiva e contundente.
Entre as medidas que serão tomadas está a criação do Comitê de Defesa do Comércio Legal, que identificará centros de vendas, distribuição e depósitos de produtos ilegais para definir ações de inteligência e de combate a essas práticas ilícitas.
Dessa forma, mais uma vez a Prefeitura atua de forma pioneira e assume o compromisso público de transformar o combate ao mercado ilegal em prioridade da gestão. Queremos ser exemplo para o restante do país e exportar esse modelo, via FNP, para os demais municípios.
Somente com ações concretas e firmes será possível enfrentar o problema de forma eficaz. São Paulo está no caminho certo. BRUNO COVAS,37,
O que deve atrair preocupação é o fato de um ditador ter o poder de lançar ataques nucleares (“Poder de Trump para lançar um ataque nuclear atrai preocupação”, “Mundo”, 14/9). É o caso de Kim Jong-un, que escraviza o seu povo. É ele quem faz ameaças no sentido de aniquilar outros países. Trump só lançará um ataque nuclear em caso de séria ameaça à segurança dos Estados Unidos. O ideal seria que ninguém tivesse armas nucleares. No entanto, num mundo onde elas existem, é melhor que Trump seja mais poderoso do que Kim Jong-un.
MARCO A. TORRES ANTUNES
O dever das nações é fazer de tudo pela paz universal. Esse conceito infelizmente já foi ferido por diversas vezes. Chegamos ao limite. A negociação será muitíssimo importante, muito mais que qualquer resolução proibitiva, às quais líderes armamentistas já deveriam ter se submetido no passado, com a proibição de armas químicas, biológicas e nucleares.
CELITO MEDEIROS
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Sobre a coluna de Marco Aurélio Canônico, dinheiro público em negócios que dão lucro é coisa que não consigo entender! Tanto se fala em privatizar empresas controladas pelo poder público, no entanto querem estatizar os custos de empresas privadas. Será que há esse tipo de atitude em outros países? Os governos bancam Rock Rio, Carnaval, futebol e outros eventos supérfluos e ainda se ouve gente questionando o Bolsa Família (“Rock in Rio, um exemplo”, “Opinião”, 14/9).
ADENOR DIAS
É vergonhoso o uso indiscriminado que se faz do dinheiro público. Num Brasil de pobres e miseráveis, vemos empresários ricos se valerem da esculhambação que tomou conta das instituições públicas para arrancar dinheiro de impostos para evento privado que dá lucro monumental. Hospitais, merenda escolar e segurança que se danem, pois a nossa cultura é nojenta, sobretudo por causa dos que deveriam dar o exemplo de decência.
VICTOR CLAUDIO