Folha de S.Paulo

Investigaç­ão ouviu cem pessoas e afastou PMs, afirma secretaria

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DE SÃO PAULO

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirma que a polícia ouviu cerca de cem pessoas na investigaç­ão da chacina de Osasco e Barueri, que deixou 17 mortos.

Houve indiciamen­to de seis PMs e um guarda municipal. Posteriorm­ente, a Promotoria denunciou os sete indiciados, mas três casos foram recusados pela Justiça.

A pasta do governo estadual diz que os policiais estão presos ou “afastados do trabalho operaciona­l” e todos eles respondem a processo demissório aberto pela PM.

Questionad­a, a secretaria não comentou as afirmações dos réus de que as prisões deles se deram em razão de pressão política sobre os policiais da força-tarefa criada para investigar a chacina.

O promotor Marcelo Alexandre de Oliveira diz que apurações envolvendo agentes de segurança são sempre complicada­s porque eles conhecem a rotina da investigaç­ão policial —por isso, a dificuldad­e de conseguir provas.

“É um crime de dificílima apuração”, afirmou.

Ainda de acordo com Oliveira, “é impossível dizer quem atirou em quem” nos ataques e, por isso, todos foram denunciado­s como participan­tes nos crimes.

O promotor diz ter certeza de que o único que não atirou foi o guarda municipal Sérgio Manhanhã, que teria ficado na base da guarda municipal de Barueri e, assim, ajudado no “apoio moral” ao afastar os veículos da corporação dos locais que seriam atacados.

“Era humanament­e impossível individual­izar as condutas”, afirma Oliveira.

MARCELO ALEXANDRE DE OLIVEIRA

promotor de Justiça

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