Folha de S.Paulo

EUA ‘politizam’ furacões, criticam cientistas

Pesquisado­res acusam governo Trump de ignorar alertas e de negar relação das tempestade­s com aqueciment­o global

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isso e as enchentes, os incêndios florestais.”

Earthea Nance, ex-colega de Richardson no mesmo conselho da EPA, sabe disso tudo em primeira mão.

Ela teve de fugir de sua casa em Houston, onde mora, durante as tempestade­s provocadas pelo furacão Harvey. “Chegou a hora em que as pessoas estão vendo o que acontece, começaram a ligar os pontos entre as coisas.”

Nance acredita que longe de Washington, nas cidades mais afetadas pelo revertério climático, o debate vai ter de mudar. Ela aponta a decisão do governo de restringir a construção em pontos alagados da metrópole do Texas , a quarta maior do país, como um passo na direção certa.

O prefeito de Miami, cidade que viveu momentos de desespero com o furacão Irma, chegou a desafiar o governo de Trump e sua resistênci­a a dar nome à mudança do clima. “Não quero que ele diga que está errado”, disse Tomás Regalado à CNN.

“Mas temos um problema aqui e precisamos nos preparar para o futuro. E isso quer dizer que Harvey e Irma não foram só uma coisa anormal. Isso é algo real.”

Ken Reckhow, outro cientista demitido do governo, acredita que a Casa Branca sabe bem o que está acontecend­o. “Eles só preferem negar, mas as evidências são difíceis de contestar”, ele diz.

“Essas tempestade­s não vão mudar o que eles dizem em público, mas podem vir a causar uma mudança de atitude, mesmo que seja apenas nos bastidores.”

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