Folha de S.Paulo

Outra ferramenta é desenvolvi­da

- FILIPE OLIVEIRA

DE SÃO PAULO

Sorria, softwares inteligent­es podem estar analisando seus movimentos, seu rosto, seu carro, seu olhar e suas fotos em redes sociais.

Na última terça-feira (12), a Apple revelou que o iPhone X, mais avançado de sua nova geração de aparelhos, será capaz de reconhecer o rosto de seus donos. O recurso será usado para desbloquea­r a tela e aprovar pagamentos.

Essa é apenas uma entre as muitas funções que a visão computacio­nal trará para negócios e vida cotidiana. Já estão em desenvolvi­mento aplicações que permitem que sistemas analisem imagens e identifiqu­em com precisão pessoas, marcas e até qualidade de grãos e sementes.

Luiz Pires, diretor do Laboratóri­o de Tecnologia­s Avançadas da Microsoft, explica que a tecnologia avança com o aumento da disponibil­idade de imagens e sofisticaç­ão dos algoritmos que podem ser ensinados a identifica­r cada vez mais padrões.

A empresa cria um sistema A pessoa que treina o software insere no sistema imagens dos animais Programa que reconhece padrões recebe imagens diferentes, sem informação sobre o que há nelas A seguir, adiciona a informação de que o bicho está presente em cada foto Aprendizad­o não supervisio­nado O algoritmo reconhece padrões nas figuras e as agrupa de variadas formas com câmeras para detectar se pacientes estão se expondo a risco de queda, em testes no Hospital Nove de Julho.

Ana Paula Mikulenas, gerente de qualidade do hospital, diz que a ideia é alertar enfermeiro­s assim que pacientes tentarem se levantar, especialme­nte à noite.

O sistema foi testado com pacientes que concordara­m O algoritmo identifica o que há de comum e o que é diferente nos gatos e nos cachorros O programa pode separar os animais levando em conta cor ou tamanho do rabo com a experiênci­a e o resultado foi animador, diz. Novas avaliações serão feitas antes de uma adoção mais ampla.

“É muito interessan­te ver uma tecnologia que, sem substituir o ser humano, aumentará a segurança substancia­lmente”, diz a gerente. VITRINE E FLORESTAS ao varejo: câmeras que analisam o perfil do consumidor (idade, sexo, se sorri ou está zangado) enquanto olha a vitrine de uma loja.

A tecnologia da Softline, distribuid­ora de itens de internet das coisas da Microsoft, deve chegar ao mercado no ano que vem.

Já a Salesforce incluiu em sua plataforma de inteligênc­ia artificial Einstein a possibilid­ade de marcas buscarem imagens de seus logos em fotos publicadas no Twitter.

O sistema serve, por exemplo, para a empresa analisar em quais situações o produto é fotografad­o e usar esse tipo de informação para referencia­r campanhas futuras.

“Antes, profission­ais de marketing teriam de procurar as fotos”, diz Robert Begg, vice-presidente de produtos para marketing da empresa.

Thiago Rotta, da Watson, plataforma de inteligênc­ia artificial da IBM, lista entre outras aplicações da tecnologia a avaliação de devastaçõe­s em florestas e o desenvolvi­mento de plantações (inclusive usando drones), checagem de documentos e sugestões de roupas parecidas com alguma que está em foto.

Igor Chalfoun, presidente da TBIT, empresa nascida na Universida­de Federal de Lavras (MG),defende que a “visão” das máquinas diminui a subjetivid­ade e aumenta a agilidade em avaliações.

A empresa desenvolve­u um sistema que avalia, a partir de imagens, a qualidade de itens como grãos e fertilizan­tes. “Com uma amostra dos grãos, o equipament­o vai dizer a qualidade e definir qual será seu destino”, afirma.

A AutoAvalia­r criou a AutoFlash, cabine para concession­árias e lojas que promete dizer o valor de um carro em até dois minutos.

O sistema tira fotos do veículo na hora e as compara com imagens de outros carros em estado ideal e combina as informaçõe­s da central de computador do carro a outras obtidas com a inserção e sonda no escapament­o para avaliar seu estado e estimar seu valor.

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