Outra ferramenta é desenvolvida
DE SÃO PAULO
Sorria, softwares inteligentes podem estar analisando seus movimentos, seu rosto, seu carro, seu olhar e suas fotos em redes sociais.
Na última terça-feira (12), a Apple revelou que o iPhone X, mais avançado de sua nova geração de aparelhos, será capaz de reconhecer o rosto de seus donos. O recurso será usado para desbloquear a tela e aprovar pagamentos.
Essa é apenas uma entre as muitas funções que a visão computacional trará para negócios e vida cotidiana. Já estão em desenvolvimento aplicações que permitem que sistemas analisem imagens e identifiquem com precisão pessoas, marcas e até qualidade de grãos e sementes.
Luiz Pires, diretor do Laboratório de Tecnologias Avançadas da Microsoft, explica que a tecnologia avança com o aumento da disponibilidade de imagens e sofisticação dos algoritmos que podem ser ensinados a identificar cada vez mais padrões.
A empresa cria um sistema A pessoa que treina o software insere no sistema imagens dos animais Programa que reconhece padrões recebe imagens diferentes, sem informação sobre o que há nelas A seguir, adiciona a informação de que o bicho está presente em cada foto Aprendizado não supervisionado O algoritmo reconhece padrões nas figuras e as agrupa de variadas formas com câmeras para detectar se pacientes estão se expondo a risco de queda, em testes no Hospital Nove de Julho.
Ana Paula Mikulenas, gerente de qualidade do hospital, diz que a ideia é alertar enfermeiros assim que pacientes tentarem se levantar, especialmente à noite.
O sistema foi testado com pacientes que concordaram O algoritmo identifica o que há de comum e o que é diferente nos gatos e nos cachorros O programa pode separar os animais levando em conta cor ou tamanho do rabo com a experiência e o resultado foi animador, diz. Novas avaliações serão feitas antes de uma adoção mais ampla.
“É muito interessante ver uma tecnologia que, sem substituir o ser humano, aumentará a segurança substancialmente”, diz a gerente. VITRINE E FLORESTAS ao varejo: câmeras que analisam o perfil do consumidor (idade, sexo, se sorri ou está zangado) enquanto olha a vitrine de uma loja.
A tecnologia da Softline, distribuidora de itens de internet das coisas da Microsoft, deve chegar ao mercado no ano que vem.
Já a Salesforce incluiu em sua plataforma de inteligência artificial Einstein a possibilidade de marcas buscarem imagens de seus logos em fotos publicadas no Twitter.
O sistema serve, por exemplo, para a empresa analisar em quais situações o produto é fotografado e usar esse tipo de informação para referenciar campanhas futuras.
“Antes, profissionais de marketing teriam de procurar as fotos”, diz Robert Begg, vice-presidente de produtos para marketing da empresa.
Thiago Rotta, da Watson, plataforma de inteligência artificial da IBM, lista entre outras aplicações da tecnologia a avaliação de devastações em florestas e o desenvolvimento de plantações (inclusive usando drones), checagem de documentos e sugestões de roupas parecidas com alguma que está em foto.
Igor Chalfoun, presidente da TBIT, empresa nascida na Universidade Federal de Lavras (MG),defende que a “visão” das máquinas diminui a subjetividade e aumenta a agilidade em avaliações.
A empresa desenvolveu um sistema que avalia, a partir de imagens, a qualidade de itens como grãos e fertilizantes. “Com uma amostra dos grãos, o equipamento vai dizer a qualidade e definir qual será seu destino”, afirma.
A AutoAvaliar criou a AutoFlash, cabine para concessionárias e lojas que promete dizer o valor de um carro em até dois minutos.
O sistema tira fotos do veículo na hora e as compara com imagens de outros carros em estado ideal e combina as informações da central de computador do carro a outras obtidas com a inserção e sonda no escapamento para avaliar seu estado e estimar seu valor.