Folha de S.Paulo

Na despedida, Janot ataca os ‘escroques em cargos vistosos’

Ex-PGR enviou carta a procurador­es nos minutos finais de seu mandato

-

Ele disse que não transmitir­ia o cargo à sua sucessora, Raquel Dodge, mas desejou sorte e energia a ela

Pouco antes da meia-noite de domingo (17), nos últimos minutos como chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot mandou a última mensagem aos procurador­es, na qual afirma que “escroques” ainda ocupam cargos no país.

“Espero que a semente plantada germine, frutifique e que esse trabalho coletivo de combate à corrupção sirva como inspiração para a atual e futuras gerações brasileiro­s honrados e honestos”, afirmou.

“Precisamos acreditar nessa ideia e trabalhar incessante­mente para retomar os rumos deste país, colocando-o a serviço de todos os brasileiro­s, e não apenas da parcela de larápios egoístas e escroques ousados que, infelizmen­te, ainda ocupam visto- sos cargos em nossa República”, declarou o procurador.

Na mensagem, enviada pelo sistema interno do Ministério Público, Janot deseja boa sorte à sucessora, Raquel Dodge.

Mas destaca que não vai transmitir o cargo e enfatiza que assumiu a Procurador­ia-Geral da República depois de ser eleito o primeiro na lista tríplice da categoria —ela ficou em segundo lugar e foi indicada pelo presidente Michel Temer.

“Por motivos protocolar­es, não poderei transmitir o cargo a minha sucessora, mas desejo-lhe sorte e sobretudo energia para os anos que virão. Que a nova PGR encontre alegria mesmo diante das adversidad­es e que seja firme frente aos desafios”, diz.

De acordo com a assessoria de Raquel Dodge, ele foi convidado por e-mail para a posse.

“Ao fim desses dois mandatos que me foram outorgados pelos meus pares, entrego-lhes um Ministério Público diferente do que o que recebi dos meus antecessor­es”, escreveu Janot.

(LETÍCIA CASADO)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil