Funaro afirma que Temer pagou imóvel com propina
Em depoimento, ele disse que ex-assessor lavou dinheiro para o presidente
Corretor também afirmou ter ‘110% de certeza’ que Cunha redistribuía dinheiro ilícito ao peemedebista
O corretor de valores Lúcio Funaro, delator da operação Lava Jato, disse à PGR (Procuradoria-Geral da República) que o presidente Michel Temer comprou imóveis com dinheiro de propina.
O corretor afirmou ainda “que sabe que Eduardo Cunha redistribuía propina a Temer com ‘110%’ de certeza”.
Ele disse que atuou como operador e arrecadador de propina para políticos do PMDB, “incluindo o presidente Michel Temer e os exdeputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves”. De acordo com o delator, a interface com o PMDB era comandada por Cunha.
Sobre os imóveis, ele afirmou que o ex-assessor de Temer José Yunes lavou dinheiro para o presidente. “Que sabe que Michel Temer tem uma série de imóveis adquiridos da incorporação de Yunes; sabe que, por trabalhar no mercado financeiro, que a maneira mais fácil de lavar dinheiro é por meio de compras de imóveis”, informa o depoimento de Funaro.
Ele disse que “a lavagem de valores feita por Yunes era em favor de Michel Temer.”
Disse ainda que o ex-deputado Eduardo Cunha lhe falou sobre um imóvel do presidente em São Paulo. Segundo o depoimento, Funaro “sabe, por meio de Eduardo Cunha, que Michel Temer tem um andar inteiro na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo; em um prédio que tinha sido recém-inaugurado”. Um banco alugava o andar do prédio, disse o delator.
Funaro disse ainda que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) tornou-se operador de Temer após a saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo.
O ex-deputado ficou conhecido como “o homem da mala”, após ser filmado correndo com a bagagem contendo R$ 500 mil entregues pela empresa JBS.
O delator também afirmou que, quando Gabriel Chalita (PMDB-SP) concorreu à prefeitura de São Paulo, em 2012, Temer “conseguiu com que a produtora do filho do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi” fosse contratada para a produção de material de campanha. Ela teria recebido valores superiores ao preço de mercado.