Folha de S.Paulo

Perícia oficial na Argentina conclui que promotor foi assassinad­o

- CASO NISMAN SYLVIA COLOMBO

Nova perícia feita por 24 técnicos da Gendarmeri­a (guarda nacional) argentina concluiu que o promotor Alberto Nisman, morto em janeiro de 2015, foi assassinad­o por duas pessoas.

O relatório contradiz perícia anterior que apontou suicídio diante da falta de provas —muitas evidências se perderam ou foram alteradas quando a cena da morte foi tomada por muita gente.

A Suprema Corte, que referendou o primeiro laudo, passou a declarar que jamais o considerou definitivo.

O crime abalou o país e teve repercussã­o externa. Nisman morreu na véspera de apresentar ao Congresso relatório em que acusava a então presidente Cristina Kirchner de encobrir investigaç­ões do atentado contra a Amia, Associação Mutual Israelense Argentina, em 1994.

No documento, que será entregue nesta sexta (22) ao juiz federal Julián Ercolini, os peritos citam provas de que Nisman primeiro levou um golpe no rosto e outro na altura do fígado. Depois, foi forçado a consumir uma dose alta de cetamina, e estava sob o efeito da droga anestésica quando foi atingido por um tiro na cabeça.

Pelas manchas de sangue, os peritos concluíram que havia duas pessoas no local e ambas moveram o corpo até o banheiro, onde foi achado. Os técnicos citam tentativas de limpar a cena.

O tema acirra a polarizaçã­o no país: kirchneris­ta veem suicídio (Nisman seria ameaçado por causa de uma conta no exterior); os hoje governista­s, assassinat­o.

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