Direitos de transmissão da seleção encalham
CBF não recebe proposta por pacote que permite exibição de jogos em TV aberta e fechada
A CBF não recebeu propostas oficiais para compra dos direitos de transmissão dos jogos da seleção brasileira entre novembro de 2017 e dezembro de 2022 no pacote que inclui os direitos de TV aberta, fechada e internet.
Pela primeira vez, a oferta foi feita em processo de licitação. A confederação havia estipulado como lance mínimo para esse pacote US$ 3,5 milhões (R$ 11 milhões) por jogo. Segundo nota da entidade, foram recebidas “manifestações de interesse de múltiplas empresas”, mas nenhuma quis fazer propostas oficiais nos termos do edital.
A CBF afirmou que irá avaliar as alternativas para comercialização do conteúdo desse pacote e não descarta fazer uma nova licitação.
O Grupo Globo, apontado como um dos favoritos a adquirir o pacote, acertou apenas a compra dos direitos não exclusivos para transmissão dos jogos da seleção em plataformas digitais, com preço inicial de US$ 500 mil (R$ 1,57 milhão) por partida.
A confederação não revelou quanto a empresa pagou, mas disse que a proposta superou “de maneira significativa o valor mínimo”.
“Sem dúvida alguma, o Grupo Globo conta com enorme audiência nestas mídias e assegurará máxima exposição à seleção. Estamos igualmente orgulhosos em ter concluído todo este exemplar e transparente processo de concorrência”, afirmou o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, no comunicado.
A entidade planejava arrecadar mais de R$ 466 milhões com a venda dos pacotes, que incluíam os direitos de 37 jogos, entre amistosos e partidas das eliminatórias.
O valor de US$ 4 milhões (R$ 12,6 milhões) por partida, estabelecido no edital pela CBF, era o dobro dos US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhões) cobrados no último contrato com a TV Globo pelos direitos dos amistosos da seleção.
A licitação dos direitos acontece após Del Nero e os ex-presidentes, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, serem acusados pelo FBI de se beneficiarem de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios. Eles negam ter cometido qualquer irregularidade.