Folha de S.Paulo

CRÍTICA Para as massas, mostra do Nirvana abranda punk

Memorabili­a da banda saiu pela 1ª vez de Seattle, passou pelo Rio e agora fica em cartaz em SP até 12 de dezembro

- IVAN FINOTTI

Após passagem pelo Rio de Janeiro, a exposição “Nirvana: Taking Punk to the Masses” (levando o punk para as massas) chega para três meses no subsolo do pavilhão da Bienal, o chamado lounge, no parque Ibirapuera.

Apesar de badalada (esteve seis anos em Seattle, EUA, e agora viaja pela primeira vez), é uma mostra pequena, com roteiro sugerido de uma hora e com muitas lacunas na biografia do Nirvana e de seu líder Kurt Cobain (1967-1994).

Uma das razões para isso é que a viúva Courtney Love não se envolveu na produção. Outra é que o curador Jacob McMurray preferiu não abordar um assunto vital, porém deprimente da história: o suicídio de Cobain.

“Eu queria contra a história de forma inspirador­a”, disse McMurray ao jornalista da Folha Marco Aurélio Canônico, na inauguraçã­o no Rio, em julho. “São músicos que não tinham quase nada e se tornaram a maior banda do mundo. Quero que jovens vejam e pensam que podem fazer isso também.”

É uma opção corajosa do curador. Pode ser visto como “hollywoody­anização” da história. Por outro lado, pode fazer sentido quando você caminha pelos corredores e vê adolescent­es de olhos arregalado­s, alguns acompanhad­os dos pais, e sabe que nem todos os grandes artistas precisam terminar dessa forma.

Além de objetos como guitarras quebradas, fitas cassetes e letras escritas de próprio punho, há muitos módulos para ouvir canções e assistir entrevista­s.

E a mostra traz atrações interativa­s que vão divertir o visitante. Em uma delas, você pode gravar um vídeo de dois minutos dublando uma música, que depois será exibida num telão para todos.

A parada favorita para fotos é uma plataforma com um fundo de piscina, igual ao do álbum “Nevermind” (1991), no qual o visitante pode abocanhar uma nota de dólar suspensa.

Mas inexplicav­elmente a brincadeir­a está incompleta: o dólar flutua sem o anzol, como era na capa do disco do Nirvana. Seria mais um aspecto de abrandamen­to do punk para as massas? QUANDO ter. a sex., das 10h às 18h; sáb. e dom., das 10h às 19h; até 12/12 ONDE Lounge Bienal (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Ibirapuera) QUANTO R$ 25 (ter. a qui.) e R$ 35 (sex. a dom.) AVALIAÇÃO bom

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Kurt Cobain em 1991, no Commodore Ballroom, em Vancouver, Canadá, em foto da mostra
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Fotos Divulgação Guitarra quebrada em um dos primeiros shows da banda

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