Folha de S.Paulo

Corte de preço extinguirá Farmácia Popular, diz setor

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A proposta inicial do governo para diminuir os preços de medicament­os do Farmácia Popular representa uma redução média de 38% do que é pago hoje aos varejistas.

Para um representa­nte do setor, que esteve em uma reunião no começo deste mês entre o Ministério da Saúde e farmácias, se a queda de preços for implementa­da, o programa chegará ao fim.

Os valores que os lojistas recebem pelos produtos já são baixos e estão no limite, afirma. Se caírem mais, darão prejuízo, e as empresas não vão vendê-los.

O corte também afeta a indústria, pois o Ministério da Saúde ressarce as lojas com um valor fixo por remédio, e elas buscam fornecedor­es que vendem abaixo disso.

“Foi o início da discussão, as negociaçõe­s continuam”, considera Renato Teixeira Lima, diretor da área farmacêuti­ca do ministério.

A proposta é baseada em valores de mercado. “Ao preço médio de venda da indústria, somamos 30% de margem do varejo e 5% de taxa de logística, que é o usual”, diz.

Essa lógica de remuneraçã­o pressupõe uma cadeia de vendas antiquada, diz Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarm­a (sindicato do setor).

“É uma conta de 1960. As farmácias hoje têm custos que não foram considerad­os, como o de ficar aberta 24 horas.”

A proposta inicial do governo não é homogênea: há produtos cujos preços cairiam 60%, outros, 12%.

Para os executivos, uma solução possível seria ter um pacote menor de remédios. Maiores Brometo de ipratrópio 0,25mg Captopril 25mg Losartana potássica 50 mg

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